diplomacia

EUA e Reino Unido ratificam compromisso com "vitória" da Ucrânia contra Rússia

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, continua pedindo armas com maior poder de fogo a seus aliados ocidentais

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (E), o Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha (C), e o Secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, David Lammy (D) - Anatolii Stepanov / AFP

Os chefes das diplomacias dos Estados Unidos e do Reino Unido ratificaram nesta quarta-feira (11) em Kiev seu compromisso com a "vitória" da Ucrânia contra a Rússia, que, segundo o presidente ucraniano, depende "principalmente" do apoio de Washington.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, chegou a Kiev de trem vindo da Polônia, acompanhado de seu homólogo britânico, David Lammy, do novo governo trabalhista.

Ambos se comprometeram a continuar sendo os principais apoiadores da Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

Em uma reunião com o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, Blinken afirmou que esta viagem reiterava seu compromisso "a favor da vitória da Ucrânia".

Lammy, por sua vez, prometeu apoio britânico até o fim desta guerra de "agressão e imperialismo russo".

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, continua pedindo armas com maior poder de fogo a seus aliados ocidentais, e menos restrições para utilizá-las.

De Washington, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que busca evitar um conflito direto entre seu país e a Rússia, as duas principais potências nucleares mundiais, disse: "Estamos pensando nisso neste exato momento."

Na Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu que seu país terá uma resposta "apropriada" se for permitido à Ucrânia usar armas de longo alcance contra seu território.

Segundo Peskov, cada decisão ocidental nesse sentido demonstra o "caráter justificado, necessário e sem alternativa" da intervenção militar do Exército russo na Ucrânia.

Em uma coletiva de imprensa, Zelensky afirmou que o plano para derrotar militarmente a Rússia "depende principalmente" do apoio dos Estados Unidos e "de outros [países] parceiros".

Suas declarações ocorrem dois meses antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, que podem representar um desafio para a Ucrânia caso o republicano Donald Trump vença a democrata Kamala Harris.

Mísseis iranianos 
Os Estados Unidos continuam sendo de longe o principal fornecedor de equipamento militar para a Ucrânia.

Uma das principais demandas da Ucrânia é a flexibilização das restrições sobre o uso dos sistemas de mísseis táticos ATACMS americanos, que podem alcançar alvos a 300 quilômetros de distância.

Em uma carta conjunta dirigida a Biden, os principais membros republicanos do Congresso pediram que ele aja para evitar que a Rússia "cometa seus crimes de guerra contra a Ucrânia com impunidade".

Os republicanos, no entanto, estão profundamente divididos sobre essa questão, e um sucesso de Trump nas eleições de novembro poderia mudar radicalmente a política externa dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos acusaram nesta semana o Irã de fornecer mísseis à Rússia e afirmaram que os projéteis poderiam ser utilizados para atacar o território ucraniano nas próximas semanas.

Estas entregas levantam temores de que a Rússia possa alcançar áreas do oeste da Ucrânia que até agora sofreram relativamente pouco com a guerra.

No início deste ano, os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a usar armas ocidentais para atacar as forças russas, em caso de um conflito direto ao longo da fronteira.

O Exército ucraniano lançou no mês passado uma ofensiva em território russo, na região de Kursk, com a esperança de forçar a Rússia a deslocar suas tropas que atualmente avançam no leste da Ucrânia.

Segundo meios de comunicação britânicos, Biden, que se reunirá com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer na sexta-feira nos Estados Unidos, pode levantar o veto de Washington para que a Ucrânia use mísseis Storm Shadow de longo alcance em território russo.

A Ucrânia também celebrou na terça-feira o anúncio de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que abre a porta para uma parcela de ajuda no valor de 1,1 bilhão de dólares (R$ 6,2 bilhões).