Conselho de Segurança da ONU estende embargo de armas em região do Sudão
"A população de Darfur continua vivendo em perigo e desesperada (...) Esta adoção envia a eles uma mensagem importante de que a comunidade internacional continua atenta à sua complexa situação", disse vice-embaixador norte-americano
O Conselho de Segurança da ONU prorrogou, nesta quarta-feira (11), por um ano, o embargo de armas que pesa sobre a região sudanesa de Darfur, cujas violações são frequentemente denunciadas.
Em uma resolução adotada por unanimidade, o Conselho prorrogou até 12 de setembro de 2025 o regime de sanções vigente desde 2005, dirigido exclusivamente a Darfur: sanções individuais (congelamento de bens, proibição de viagens), que atualmente são aplicadas a apenas três pessoas, bem como embargo de armas.
"A população de Darfur continua vivendo em perigo e desesperada (...) Esta adoção envia a eles uma mensagem importante de que a comunidade internacional continua atenta à sua complexa situação", comentou o vice-embaixador dos Estados Unidos, Robert Wood.
Embora as sanções não sejam aplicáveis a todo o país, sua renovação "restringirá o fluxo de armas para Darfur" e "ajudará" a "devolver o Sudão ao caminho da estabilidade e da segurança", acrescentou.
Este país africano enfrenta uma sangrenta guerra civil desde abril de 2023, um conflito que já deixou dezenas de milhares de mortos e mais de 10 milhões de deslocados, segundo a ONU.
O conflito coloca de um lado o Exército, liderado pelo general Abdel Fattah al Burhanm, e do outro os paramilitares das Forças Rápidas de Apoio (FAR), comandado por seu ex-número dois, o general Mohamed Hamdan Daglo. Ambos foram acusados de crimes de guerra, sobretudo de bombardeios indiscriminados em zonas habitadas.
As Nações Unidas e as organizações humanitárias temem que a guerra desencadeie uma nova violência étnica, especialmente em Darfur, que já foi devastada há mais de 20 anos pela política de terra arrasada aplicada pelos Janjaweed, milicianos árabes que se juntaram às FAR.
Jean-Baptiste Gallopin, da Human Rights Watch, lamentou a "oportunidade perdida" pelo Conselho, a quem pediu para "ampliar" o embargo de armas a todo o país.