CINEMA

Confira dez curiosidades sobre cinebiografia de Silvio Santos, que estreia nesta quinta-feira (12)

'Silvio', que se concentra em sequestro de 2001 para mostrar trajetória do empresário e apresentador, chega aos cinemas nesta quinta-feira (12)

Rodrigo Faro interpreta Silvio Santos em cinebiografia - Divulgação

As primeiras avaliações do filme “Silvio” reforçam a máxima de que o mundo se divide em dois tipos de pessoas.

Para uns, apesar de alguns méritos, o filme se daria mal em um hipotético “Show de calouros”. Para outros, mesmo cometendo deslizes, o longa faz um retrato revelador do empresário e apresentador de TV Silvio Santos, morto em 17 de agosto, aos 93 anos.

A escalação de Rodrigo Faro no papel-título também divide opiniões, entrando na conta dos erros ou dos acertos, dependendo do crítico. O público poderá julgar o resultado a partir desta quinta-feira (12), quando “Silvio” estreia em 576 cinemas por todo o Brasil.

Definida pelo diretor Marcelo Antunez como “ficção baseada em fatos”, a cinebiografia ancora sua ação no incrível dia 30 de agosto de 2001.
 



Nesta data, o apresentador foi mantido refém na cozinha de sua casa em São Paulo sob a mira do revólver de Fernando Dutra Pinto (Johnnas Oliva) — que tinha acabado de sequestrar e libertar a “filha número quatro” do comunicador, Patrícia Abravanel (Polliana Aleixo).

Após oito horas de negociações, que contaram com a presença de Geraldo Alckmin, então governador paulista e hoje vice-presidente do país, Fernando se entregou. Em meio a este cenário de true crime, surgem flashbacks que recontam desde a infância de Silvio como camelô no Centro do Rio até a fundação de sua emissora de TV, o SBT.

A seguir, curiosidades sobre o filme.

Bênção de Silvio
Rodrigo Faro, de 50 anos, apresentador que voltou a atuar após uma década e meia no que chama de “maior desafio profissional”, lamenta que Silvio não tenha podido ver o longa, filmado em 2022 e finalizado este ano.

— Foi muito triste não poder mostrar pra ele esse trabalho, resultado de muita dedicação, da equipe e minha. Queria fazer essa homenagem em vida. Eu só aceitei fazer este papel porque ele me deu permissão — diz Faro em videochamada, lembrando que, entre tantas avaliações sobre o filme, faltou uma. — Eu queria ouvir a opinião do Silvio. Ele sempre foi extremamente sincero, sabe? Quando gostava de algo, falava, e quando não gostava, sobrava até para o perfume da Jequiti (marca do Grupo Silvio Santos) que ele deveria promover no ar. (risos)

Voz de Senor
Desde o lançamento do trailer, a performance de Rodrigo Faro tem gerado polêmica. Suas cenas como “o Silvio do palco” se aproximam daquilo que o público espera após décadas vendo o original e seus imitadores. Mas seu tom baixa nas sequências da vida privada e com o sequestrador — a quem Silvio pede para ser chamado de Senor Abravanel, seu nome de batismo. Faro explica a diferença.

— Quando fui pedir autorização para fazer o papel, tive uma longa conversa com Silvio em que fiquei observando tudo. Percebi que, fora do palco, ele falava com a mesma pontuação, mas em um tom muito mais baixo, sem aquela projeção, mais contido. Busquei esse Silvio da intimidade, o lado humano do ídolo — diz Faro, que contou com uma consultoria de Carlos Alberto de Nóbrega, famoso pelo programa “A praça é nossa” e amigo do empresário.

Transformação
As cenas em que Faro vive o Silvio de 2001, aos 70 anos, exigiriam até três horas de caracterização. Em próteses na testa, na bochecha e no pescoço, além do cabelo. No material de divulgação do filme, ele conta que a prótese do rosto causava suor e às vezes descolava, o que exigiu “muito retoque de pós-produção”.

Sequestro de Patrícia
Como o filme foca no sequestro de Silvio, vale recordar: dia 21 de agosto de 2001, Patrícia Abravanel, então com 23 anos, já havia sido sequestrada na mansão da família. Mantida em cativeiro, ela foi solta dia 28 após o pagamento de um resgate de R$ 500 mil. Dia 29, Silvio e a filha até concederam uma coletiva na sacada da mansão. Dia 30, Fernando, que liderara o sequestro de Patrícia e fugia da polícia (o que rende boas cenas de ação), voltou à mansão e fez Silvio refém.

Filha distante
Uma trama importante do filme gira em torno da relação distante entre Silvio e sua filha Cintia, fruto de seu primeiro casamento, com Maria Aparecida Abravanel. “Diz pra Cintia que eu nunca fui bom pai” é um recado que Silvio dá quando vê que sua vida está em risco.

Em entrevista recente, a mãe do ator e cantor Tiago Abravanel revelou que só se aproximou do pai anos depois dos episódios relatados no filme, durante uma viagem dela e suas cinco irmãs para visitá-lo em Orlando.

Outros canais
O sequestro de Silvio foi acompanhado ao vivo nos canais de TV, que, no filme, têm seus nomes substituídos: a Globo é “Rede Orbis” e o SBT surge como “TSA”, a Televisão Senor Abranavel.

‘O governador’
O ator Luciano Bortoluzzi surge claramente caracterizado como Geraldo Alckmin, que governava São Paulo na época e foi até a casa de Silvio garantir a vida do sequestrador. Mas o político não é nomeado: no filme, é apenas “governador”.

Piscou, perdeu
Passam rapidamente pelo filme personagens como Chico Anysio, Hebe Camargo e Carlos Imperial — este, malhando Silvio na TV.

Fontes internas
Para reconstituir o sequestro, os roteiristas Anderson Almeida e Newton Cannito basearam-se principalmente no relato de policiais que conduziram a negociação e em entrevistas do sequestrador, Fernando Dutra Pinto.

Morte polêmica
Fernando morreu em dezembro de 2001, na prisão. A causa oficial, citada no filme, foi infecção nos pulmões. Mas um relatório independente diz que Fernando sofreu negligência médica após ser espancado por agentes penitenciários.