ONU: agência para refugiados palestinos diz que funcionário morreu em operação israelense
Segundo a UNRWA, pelo menos 220 membros de sua equipe foram mortos na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas em Gaza
A UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, informou nesta sexta-feira que um de seus funcionários foi morto nesta semana durante uma operação israelense na Cisjordânia ocupada, sendo a primeira morte desse tipo em mais de uma década.
O trabalhador foi “baleado e morto no telhado de sua casa por um franco-atirador”, disse a agência em comunicado, indicando que o caso ocorreu no campo de refugiados de Far'a.
A agência identificou o funcionário como Sufyan Jaber Abed Jawwad, que “trabalhava com saneamento” no campo e “deixa sua esposa e cinco filhos”.
Um comunicado militar israelense divulgado mais cedo na sexta-feira informou que tropas haviam “conduzido uma operação antiterrorismo de 48 horas” nas áreas de Tubas, Tamun e Far'a, matando “cinco terroristas armados” em um ataque aéreo e um sexto em “trocas de tiros” com “um terrorista que lançou dispositivos explosivos”.
O Exército de Israel ainda não respondeu a um pedido de comentário sobre o comunicado da UNRWA sobre seu funcionário.
No final de agosto, as forças israelenses lançaram uma operação em larga escala no norte da Cisjordânia, que já matou dezenas de pessoas e continua em andamento.
Em 4 de setembro, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o Exército usaria sua “força total” para atacar militantes palestinos na Cisjordânia, e que havia ordenado ataques aéreos “sempre que necessário” para “evitar colocar os soldados em risco”.
A operação no campo de Faraa nesta semana “ocorre enquanto a Cisjordânia enfrenta níveis de violência sem precedentes, colocando comunidades em risco”, afirmou a UNRWA em seu comunicado.
A UNRWA informou que pelo menos 220 membros de sua equipe foram mortos na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas em Gaza.
Isso inclui seis funcionários que, segundo a agência, foram mortos em um ataque na quarta-feira a uma escola que havia se tornado um abrigo em Gaza, o maior número de mortos entre sua equipe em um único incidente.
A UNRWA, que coordena praticamente toda a ajuda em Gaza, está em crise desde que Israel acusou uma dúzia de seus 30 mil funcionários de estarem envolvidos nos ataques de 7 de outubro que deram início à guerra.
A ONU demitiu imediatamente os funcionários implicados, e uma investigação encontrou algumas “questões relacionadas à neutralidade”, mas destacou que Israel não forneceu evidências para suas principais alegações.