Rapper Sean "Diddy" Combs é acusado de tráfico sexual e associação ilícita em NY
Nesta terça, o rapper estava previsto comparecer ante o juiz para escutar as acusações que pesam contra ele e saber se aguardará o julgamento em liberdade ou na prisão
Sean “Diddy” Combs foi acusado de tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição, anunciou a Promotoria de Nova York. De acordo com seu advogado, o artista se declarará inocente durante sua acusação em um tribunal de Nova York.
Após meses de investigação por causa de várias denúncias de abuso sexual e estupros, Combs, de 54 anos, foi preso na segunda-feira.
Nesta terça, o rapper estava previsto comparecer ante o juiz para escutar as acusações que pesam contra ele e saber se aguardará o julgamento em liberdade ou na prisão.
"Durante décadas", Sean Combs "abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações", diz o documento da acusação, que o acusa de usar seu ‘império’ musical para atingir seus objetivos.
O promotor Damian Williams disse à imprensa que Combs construiu um sistema baseado na "violência" para obrigar as mulheres a "longas relações sexuais com garotos de programa", sob efeitos de drogas como ecstasy GHB (a droga dos estupradores) e cetamina, e que o rapper "gravava".
"Quando não conseguia o que queria, era violento (...) chutava e arrastava as vítimas, às vezes pelos cabelos", disse o promotor.
Um vídeo de uma câmera de segurança em um hotel que foi divulgado em maio mostra Combs agredindo fisicamente sua namorada da época, a cantora Casandra Ventura, conhecida artisticamente como Cassie, e arrastando-a pelo cabelo para o quarto do qual tentava fugir.
Uma denúncia de Cassie no final do ano passado iniciou a queda do magnata, a quem acusou de submetê-la por mais de uma década a coerção física e drogá-la, além de estuprá-la em 2018.
O processo foi rapidamente resolvido fora do tribunal, mas uma série de denúncias de agressão sexual se seguiu, incluindo uma apresentada em dezembro por uma mulher que alegou que Combs e outros a estupraram em grupo quando ela tinha 17 anos.
Vários processos civis o descrevem como um predador sexual violento que usava álcool e drogas para subjugar suas vítimas.
Seu advogado, Marc Agnifilo, disse que seu cliente se declararia “inocente” das acusações.
Cercado de polêmicas
Também conhecido como Puff Daddy e P Diddy, esse poderoso magnata do setor musical é considerado o mentor por trás da transformação do hip hop de um ato de rua em um gênero musical por si só.
Ao longo das décadas, ele acumulou uma grande fortuna, principalmente por meio de seus empreendimentos no setor de bebidas alcoólicas.
Nascido Sean John Combs em 4 de novembro de 1969, no Harlem, em Nova York, o artista começou no setor musical como estagiário em 1990 na Uptown Records, onde chegou a se tornar diretor.
Ele construiu uma reputação como organizador de eventos, o que se mostrou fundamental para sua marca à medida que sua fama crescia.
Em 1991, ele promoveu um jogo de basquete e um show de celebridades no City College, em Nova York, que resultou em nove mortes após uma confusão.
O evento foi superlotado por milhares de pessoas e levou a uma série de processos judiciais, culpando Combs pela contratação de segurança inadequada.
Ele foi demitido da Uptown e fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Assim começou uma rápida ascensão ao topo do hip hop da Costa Leste, juntamente com seu discípulo, o falecido The Notorious B.I.G.
Combs já assinou vários contratos importantes e colaborou na produção de artistas como Mary J Blige, Usher, Lil' Kim, TLC, Mariah Carey e Boyz II Men.
Vencedor do Grammy, estreou como cantor com o single “Can't Nobody Hold Me Down” e seu álbum “No Way Out”.
O rapper forjou uma imagem de um galanteador impetuoso e arrogante, um grande produtor que também se aventurou em Hollywood, em reality shows e na moda, além de ter se envolvido romanticamente com Jennifer Lopez.