EUA diz "não estar envolvido" nem a par da explosão de "pagers" no Líbano
As explosões ocorreram depois de semanas de uma diplomacia discreta por parte dos Estados Unidos para desestimular uma importante represália iraniana contra Israel
Os Estados Unidos "não estiveram envolvidos” na explosão, nesta terça-feira (17), de “pagers” pertencentes a membros do Hezbollah no Líbano, nem tinham conhecimento prévio de que o ataque, atribuído pelo movimento islamista a Israel, ocorreria.
"Posso dizer a vocês que os Estados Unidos não estiveram envolvidos nisso, que não tinham conhecimento prévio sobre este incidente e que, neste momento, estamos reunindo informações", declarou à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller.
Miller se negou a comentar a suspeita generalizada de que as explosões foram obra de Israel, que tem trocado disparos regularmente com o Hezbollah após o ataque de 7 de outubro contra o território israelense de outro aliado iraniano, o grupo islamista palestino Hamas.
As explosões ocorreram depois de semanas de uma diplomacia discreta por parte dos Estados Unidos para desestimular uma importante represália iraniana contra Israel pelo assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, durante uma visita a Teerã.
Miller afirmou que a mensagem dos Estados Unidos ao Irã não mudou.
"Instamos o Irã a não aproveitar nenhum incidente para tentar acrescentar mais instabilidade e aumentar ainda mais as tensões na região", declarou Miller.
Um enviado americano de alto escalão, Amos Hochstein, reuniu-se um dia antes com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e outros funcionários israelenses para tentar desestimular uma guerra em larga escala contra o Líbano.
"Queremos uma resolução diplomática para o conflito entre Israel e Hezbollah", declarou Miller.
"Queremos ver uma [resolução] que permita que as dezenas de milhares de israelenses e as dezenas de milhares de libaneses que têm sido deslocados de seus lares possam voltar para casa", reforçou.
Mas Miller sugeriu que o Hezbollah - grupo considerado terrorista pelos Estados Unidos - era um alvo legítimo a atacar, sem confirmar a participação israelense.
"Os membros de uma organização terrorista são alvos legítimos para que os países lancem operações contra eles", afirmou Miller.