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EUA mantém críticas à reforma judicial no México, mas se diz aberto ao diálogo

A reforma estabeleceu a eleição direta de todos os juízes no México, incluindo os da Suprema Corte

Deputados locais do Partido Morena comemoram a aprovação da reforma judicial no congresso local da Cidade do México - Silvana Flores / AFP

Os Estados Unidos reiteraram, nesta terça-feira (17), que apoiam as críticas de seu embaixador no México à polêmica reforma judicial que tornou o país o primeiro do mundo a implantar a eleição popular de todos os seus juízes, mas apostam no diálogo sobre "sua aplicação".

"Mantemos tudo o que disse o embaixador" Ken Salazar, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, em sua coletiva de imprensa diária.

Mas "continuaremos dialogando com nossos colegas mexicanos sobre a lei e sua aplicação", acrescentou.

A reforma estabeleceu a eleição direta de todos os juízes no México, incluindo os da Suprema Corte, que ocorrerá em 2025 e 2027. Os atuais titulares poderão se candidatar.

Em agosto, Salazar estimou que a reforma "ameaça" a relação comercial entre os dois países e representa um "risco" para a democracia mexicana, comentários que irritaram o presidente esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que promulgou a lei no domingo.

Segundo o presidente, a nova lei permitirá limpar a corrupção no Judiciário e servirá de "exemplo" para o mundo.

"Consideramos principalmente a promulgação desta lei à luz de nossos esforços conjuntos para promover nossa competitividade e integração econômicas", explicou Miller.

O México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, e ambos os países, junto com o Canadá, integram o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC).

O intercâmbio comercial entre México e Estados Unidos alcançou 745 bilhões de dólares (R$ 4,1 bilhões na cotação atual) em 2023, segundo dados oficiais mexicanos.

Algumas agências de classificação como a Moody's, analistas e empresários alertam que a reforma pode diminuir a força e as finanças da 12ª economia mundial, ao "erodir” o equilíbrio dos poderes e enfraquecer suas instituições.