incêndios florestais

Queimadas: SRB critica possibilidade de confisco de propriedades atingidas por incêndios

Sociedade Rural Brasileira afirmou que os produtores rurais são os "principais interessados" na responsabilização dos envolvidos em práticas criminosas

Queimada em Roraima - Jader Souza/AL Roraima

A Sociedade Rural Brasileira criticou, em nota, o estudo de medidas pelo governo federal para confiscar propriedades rurais atingidas por incêndios florestais. A possibilidade vem sendo sinalizada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

"É inadmissível a adoção de medidas que relativizam o direito de propriedade dos produtores rurais brasileiros que, diariamente, tentam evitar e mitigar os prejuízos de incêndios criminosos. É essencial salientar que o confisco é um instrumento utilizado pela legislação criminal brasileira em casos de comprovado crime de redução à condição análoga à escravidão e ao crime de tráfico de drogas", refutou a SRB, na nota.

A SRB afirmou que os produtores rurais são os "principais interessados" na responsabilização dos envolvidos em práticas criminosas, como os casos recentes dos incêndios registrados em São Paulo.

"No entanto, a SRB defende que a medida, anunciada pela ministra, pode penalizar, gravemente e indevidamente, produtores rurais que atuam de forma responsável. Preservar o direito de propriedade garante o respaldo do Estado ao produtor rural, que está, neste momento, com seu próprio maquinário, com apoio da sociedade civil e com as forças de segurança pública, combatendo incêndios criminosos no Brasil", argumentou a entidade.

Por fim, a SRB defendeu ainda que haja um "rigoroso" processo de investigação e comprovação antes da aplicação de qualquer sanção.

"Para evitar que proprietários rurais que são vítimas de crimes ambientais, sejam duplamente prejudicados. Defendemos que a solução para combater incêndios criminosos está na combinação de parcerias entre o setor rural e os órgãos de controle, como estruturação de guardas contra incêndio regionalizadas", concluiu.