TAXA DE JUROS

Entenda em 5 pontos os principais recados do Banco Central ao subir os juros para 10,75%

Foi a primeira alta de juros no terceiro mandato do presidente Lula

Juros - Canva

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu retomar o ciclo de alta de juros nesta quarta-feira, elevando a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,50% para 10,75% ao ano. A decisão foi unânime.

Foi a primeira alta de juros no terceiro mandato do presidente Lula, que vem criticando o BC e o seu presidente, Roberto Campos Neto, recorrentemente. O último aumento da taxa havia sido em agosto de 2022.

Veja os cinco principais recados do Copom:

Superaquecimento da economia
O Banco Central passou a considerar que a economia brasileira está superaquecida, ou seja, está operando acima da sua capacidade produtiva.

Como a atividade está mais forte do que a estrutura da economia pode entregar, isso tem impacto sobre os preços, com uma tendência de aumento da inflação.

Inflação distante da meta
O Copom já está prevendo que a inflação vai atingir 3,5% no primeiro trimestre de 2026, prazo no qual está focado atualmente, bem distante da meta de 3%.

O BC não considera o curto prazo, por isso, olha para 2026. Esse cenário considera que a Selic vai terminar este ano em 11,25% e 2025 em 10,50%. Dessa forma, o BC pode ter de ir além desses níveis.

Sem compromisso para próxima reunião
O BC deixa claro que iniciou um ciclo de alta de juros, mas não se comprometeu com o ritmo de aumento nem com magnitude total de aperto.

Mas foi bastante claro que as próximas decisões serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.

Risco de alta da inflação
O Copom passou a considerar que o balanço de riscos para a inflação está assimétrico, com maior chance de as projeções subirem ainda mais. Isso significa que há uma inclinação maior dos riscos para um dos lados, nesse caso, enxerga mais probabilidade de a inflação divergir da meta em uma direção específica.

Dentre as ameaças nessa direção, o BC voltou a mencionar a conjunção de políticas externas e internas que possam ter impacto inflacionário, por exemplo, via câmbio.

Não há menção direta, mas, logo no parágrafo seguinte, o BC também manteve a avaliação de que a percepção do mercado sobre a política fiscal têm afetado os preços dos ativos.

Alta de energia
Em meio à seca histórica, que tem provocado vários focos de incêndio no país e trazido preocupações sobre a oferta de energia, o Copom passou a considerar que 2024 e 2025 terminarão com bandeira amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos na conta de luz, em vez de bandeira verde, sem custo extra. Atualmente, a bandeira acionada é vermelha 1.