Música e Cinema

Fundaj recebe exibição de documentário sobre Léa Freire seguida de apresentação da artista

Sessão especial do filme "A Música Natureza de Léa Freire" conta com com show e oficina com a instrumentista e arranjadora

A arranjadora e instrumentista Léa Freire apresenta show após exibição de documentário sobre sua trajetória, domingo (22), na Fundaj - Caroline Bittencourt/Divulgação

O premiado documentário "A Música Natureza de Léa Freire", de Lucas Weglinski, terá uma sessão especial no Recife, neste domingo (22), no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby. 

Ao final da exibição, o público terá a oportunidade de assistir ao vivo o show de Léa Freire e Filó Machado, seu parceiro de meio século de música e que também estrela o filme. No dia anterior, sábado (21), às 14h, Léa ministra oficina gratuita na Oficina Francisco Brennand.

“Este filme foi milagrosamente realizado com o exíguo Fundo de Auxílio Emergencial do Covid, a chamada Lei Aldir Blanc, com imenso esforço e com todo coração. Pois acreditamos que nossa cultura é nossa memória, e devemos sempre lembrar dos nossos mais velhos, dos primeiros, que muitas vezes são criminosamente apagados da nossa história”, detalha Lucas Weglinski. 

Sobre o filme
O documentário apresenta a virtuosa arranjadora e instrumentista brasileira Léa Freire, equiparada pela crítica a geniais artistas como Mozart, Debussy, Villa Lobos, Jobim e Hermeto Pascoal.

Léa Freire e o diretor do filme têm promovido sessões especiais com debates e ações como oficinas e shows, ativando instituições educativas públicas de música, em cada cidade por onde passa a turnê.

Desde a estreia do filme em São Paulo, em julho deste ano, a compositora e o diretor viajam pelo País para lançar o longa numa dinâmica inovadora de turnê de cinema.

A turnê já passou por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Palmas, Manaus, Brasília, Campinas, Salvador, Belo Horizonte, São João Del Rei e Fortaleza.

Empoderamento
A Léa Freire não foi dado o direito de ser a maior compositora, arranjadora e instrumentista de sua geração em seu País, embora assim seja celebrada internacionalmente. Esse talento da música erudita brasileira desponta em um universo majoritariamente masculino, como o da música instrumental e sinfônica nacional.

A brilhante arranjadora enfrenta, em sua trajetória, os desafios e apagamentos da misoginia e do machismo. A partir de julho de 2024, o relativo silêncio em torno da obra e trajetória de uma das mais importantes artistas mulheres da música instrumental mundial se interrompe com a estreia do documentário sobre sua carreira.

Premiado em sete países e dirigido por Lucas Weglinski (“Máquina do Desejo”, sobre Zé Celso Martinez Correa), começa a chegar aos cinemas de todo o país, com o prazeroso sabor de descoberta e distribuição da Descoloniza Filmes. 

Sobre a artista
Compositora e pianista, Léa aprendeu a tocar flauta sozinha, de ouvido e aos 18 anos já dava aulas do instrumento no Centro Livre de Aprendizagem Musical, o CLAM, escola fundada pelo icônico Zimbo Trio em 1973. 

Aos 18 anos, depois de guardar o dinheiro de shows e aulas para estudar em Boston, esbanjou a maior faculdade de música do mundo, a Berklee. Preferiu aprender o que ainda não conhecia, trocando a sala de aula pelas escadarias dos clubes de jazz, como o Village Vanguard, em Nova Iorque. 

“Para o erudito, sou popular. Para o popular, sou erudito. Para o choro, sou jazz. Para o jazz sou do choro”, diz a artista, vestindo uma camiseta ilustrada por ela com os dizeres "Cuidado, velha maluca", ironizando a misoginia que hoje ganha requintes de etarismo contra ela. 

Atualmente, Léa atua em universidades públicas, no projeto Guri, envolvida com instituições que promovem educação musical para o desenvolvimento humano.

SERVIÇO
Oficina com Léa Freire
Sábado (21), às 14h
local: Oficina Francisco Brennand
Entrada gratuita
Instagram: @oficinafranciscobrennand

Exibição do documentário
Sessão Especial + show (Léa Freire + Filó Machado)
Domingo (22), às 16h30 
Local: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) - Derby
Ingresso: R$ 14 (inteira), R$ 7 (meia)
Instagram: @cinemadafundacao