ROCK IN RIO

Rock in Rio 2024: Katy Perry, Gloria Gaynor, Cyndi Lauper, Iza e Ivete comandam o Dia Delas

Festival tem programação exclusivamente feminina nesta sexta-feira (20)

A partir da esquerda: Katy Perry, Gloria Gaynor, Cyndi Lauper e Iza, atrações do Dia Delas no Rock in Rio 2024 - Divulgação

Uma das maiores popstars dos anos 2000, no dia em que lança seu álbum de retomada de carreira, aproveita para estrear seu novo show: é isso que a americana Katy Perry promete para esta sexta-feira (20), como atração principal do Palco Mundo no Rock in Rio. Tendo antecipado o aguardado “143” com um (vá lá, polêmico) single que fala de empoderamento das mulheres, “Woman’s world”, Katy é a parte mais vistosa do Dia Delas, com programação exclusivamente feminina, da edição que comemora 40 anos do festival. A colombiana Karol G, a lendária americana Cyndi Lauper e a esfuziante brasileira Ivete Sangalo estarão lá, por exemplo, para dividir a festa no Mundo.

Filha de pastores que iniciou carreira na música cristã, Katy Perry, hoje com 39 anos, perseverou nos bastidores da indústria musical em Los Angeles até chegar lá, em 2008, com o sucesso do álbum “One of the boys”, puxado pelas canções “Ur so gay”, “I kissed a girl” e “Hot N cold”. Em um pop que já vinha de estrelas como Madonna e Britney Spears, Katy chegava metendo o pé na porta com juventude, beleza, uma calculada dose de provocação e um time de produtores de peso.

Mas nada seria como em 2010, com seu segundo álbum, “Teenage dream”, um dos mais recentes clássicos verdadeiros do pop, que trouxe hits do tamanho de “Firework”, “Last Friday night (T.G.I.F.)”, “California gurls” e a faixa-título. Ali, uma estrela se destacou no firmamento.

Escalada para o Rock in Rio de 2011 (no qual recebeu um beijo no palco do fã Júlio César, de Sorocaba) e de 2015, a cantora seguiu produzindo hits, como “Roar” e “Dark horse”, embora em velocidade não tão grande quanto antes. De lá para cá, ela manteve sua celebridade participando de diversos projetos (fez parte do júri do programa “American idol”) e num casamento com o ator Orlando Bloom, com o qual teve a filha Daisy, hoje com 4 anos. “143”, que sai nesta sexta-feira (20), é seu primeiro álbum desde “Smile”, de 2020.

Patrimônio pop mundial
E o Palco Mundo hoje será também de uma das maiores estrelas do reggaeton, Karol G, de 33 anos, natural de Medellín, que percorreu o caminho natural até a fama — os reality shows — até chegar à posição de destaque de hoje, com um Grammy de melhor música urbana por “Mañana será bonito” (2023) e o prêmio de mulher do ano de 2023 da Billboard Women in Music. Com hits como “Provenza” e “TQG” (de “Manãna”), ela chega ao Rock in Rio bem escolada de Brasil: participou de um remix de “Tá OK” (hit global de Dennis DJ e Kevin O Chris) e “La vida continuó” (com Simone & Simaria). Seu último single é um feat com o tenor italiano Andrea Bocelli, “Vivo por ella”.

Prestes a fazer sua turnê de despedida dos palcos, Cindy Lauper, de 71 anos, uma das maiores estrelas dos anos 1980, chega ao Mundo para cantar canções que são patrimônio do pop mundial, como “Girls just wanna have fun”, “Time after time” e “True colors”.

Reenergizada pelo sucesso de carnaval “Macetando”, por sua vez, Ivete Sangalo, de 52, presença indispensável no Rock in Rio, vem com seu show bombado de comemoração de 30 anos de carreira.

Enquanto isso, no Palco Sunset, a ação fica por conta de um time encabeçado por Iza, de 34 anos, que vem a ser uma cria do Rock in Rio (ela estreou em 2017, em show com o americano CeeLo Green; em 2019 dividiu o palco com Alcione; e, em 2022, ganhou o Palco Mundo). A cantora vem para apresentar o repertório do álbum “Afrodhit” (2023, dos hits “Fé nas maluca” e “Que se vá”), aos 8 meses de gestação de sua primeira filha, Nala (e nada mais simbólico que isso para o Dia Delas).

Junto com Iza, em shows no Sunset, estarão a diva da discothèque Gloria Gaynor, 81 anos (do imortal hit “I will survive”, uma das maiores canções de empoderamento feminino antes que se falasse da expressão), a ascendente estrela sul-africana do pop Tyla, de 22, que estreou este ano com elogiado álbum que leva seu nome , e o trio formado pelas baianas Luedji Luna, 37, e Xênia França, 35, com a paulista Tássia Reis, também de 35.

Luedji, cantora de crescente popularidade, já participou com Xênia do trio Ayabass e com ela cantou a versão de “Lua soberana” incluída na abertura do recente remake da novela “Renascer”.

"Acho que, mesmo assim, ainda sou uma cantora do midstream, que não faz uma música tão massificada a ponto de ser considerada mainstream" diz Luedji.

Já para Xênia França a música na novela a ajudou a “chegar às pessoas comuns”.

"As pessoas me reconhecem e acabam ficando curiosas para conhecer o meu trabalho" conta ela, que ano passado ganhou um Grammy Latino de melhor álbum pop contemporâneo em língua portuguesa por “Em nome da estrela”.

Para "mostrar a verdadeira dança da África do Sul"
Aos 22 anos, Tyla está com tudo: recentemente, a cantora se tornou o primeiro artista da África do Sul a figurar na parada Billboard Hot 100 em 55 anos (o trompetista Hugh Masekela tinha sido o último). E ainda a mais jovem do continente a ganhar um Grammy (este ano, na recém-criada categoria de melhor performance de música africana). Sucesso com a música “Water”, Tyla chega nesta sexta (20) ao Palco Sunset do Rock in Rio com muito a comemorar.

"Sabia que, se eu fosse misturar tudo aquilo de que gosto, tinha que ser algo especial e novo, algo que ninguém tivesse feito. E ainda consegui trazer junto a dança, que é parte da nossa cultura" diz a cantora, em entrevista ao GLOBO, na quinta-feira (19), no Rio. "Queria que esse meu álbum de estreia (“Tyla”, lançado este ano) fosse um reflexo verdadeiro de mim mesma como artista, que ele me apresentasse ao mundo."

Celebrada por estrelas como Beyoncé e Travis Scott (que participou de um remix de “Water”), a menina de Johanesburgo diz ter amado suas primeiras horas no Rio de Janeiro — Copacabana, principalmente, onde viu as pessoas dançarem uma de suas músicas (seus planos agora são o de gravar na cidade o clipe para a faixa).

"Foram as horas mais divertidas que tive em muito tempo! — anima-se. — A moça que me maquiou tocou um bocado de funk. Teve um que eu adorei. Eu já conhecia um pouco de funk, agora estou indo mais fundo nele. Vi como o povo dança na favela e estou tentando aprender a dançar também."

Desde o estouro mundial de “Water”, no ano passado, a vida mudou muito para a cantora, que começou na música fazendo cover de Justin Bieber no YouTube.

"Mesmo já tendo feito um monte de coisa, parece que a partir de um certo ponto a vida teve um fast forward" observa ela, que nos últimos meses foi parar no palco de outros grandes festivais, como Lollapalooza, e até na abertura da Olimpíada de Paris e em editoriais de moda. "Venho tentando passar bastante tempo com a minha família e meus amigos como forma de manter os meus pés no chão."

Para o show do Rock in Rio, ela promete levar um balé “que vai mostrar a verdadeira dança da África do Sul” e o seu tigre. Mas... um tigre de verdade?

"Se fosse de verdade eu iria morrer de medo!" esclarece (em parte). "Você vai ver, vai ser divertido!"

Um amor que Tyla cultiva é pelo amapiano, a música eletrônica da periferia das grandes cidades da África do Sul.

"O amapiano é parte da minha cultura, eu vi essa cena crescer até se tornar o que é hoje. Da Coreia ao Brasil, todo mundo ama esse som" garante. "Eu não faço amapiano puro, eu misturo com a minha música, que tem afrobeats, R&B e outros elementos."