JUSTIÇA

Julgamento do recurso sobre o acidente do voo Rio-Paris, em 2009, será realizado em setembro de 2025

Em 17 de abril de 2023, o tribunal correcional de Paris absolveu o fabricante europeu Airbus e a companhia aérea Air France da acusação de homicídio culposo

Resgate de peça do avião da Air France que caiu em 2009 perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo - Marinha do Brasil/divulgação/arquivo

O julgamento em apelação sobre o acidente do voo Rio-Paris, que tirou a vida de 228 pessoas em 2009, ocorrerá a partir de setembro de 2025, anunciou nesta sexta-feira (20) a justiça francesa, que absolveu Airbus e Air France em primeira instância.

O processo será realizado no tribunal de apelações de Paris "de 29 de setembro de 2025 a 27 de novembro de 2025", informou o tribunal.

Em 17 de abril de 2023, o tribunal correcional de Paris absolveu o fabricante europeu Airbus e a companhia aérea Air France da acusação de homicídio culposo, embora tenha reconhecido a responsabilidade civil de ambas.


O tribunal considerou que, embora ambas as empresas tenham cometido "faltas", não foi possível "demonstrar (...) nenhum vínculo causal seguro" com o acidente. O Ministério Público recorreu da decisão.

Em 1º de junho de 2009, o avião que operava o voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris caiu no meio da noite enquanto sobrevoava o Oceano Atlântico, algumas horas após a decolagem.

Os 216 passageiros e os 12 tripulantes a bordo morreram no acidente mais mortal da história da aviação comercial francesa.

Homem protesta no julgamento do voo 447 em Paris: 'Justiça francesa, 13 anos, tarde demais'  - Foto: AFP/arquivo

No avião, um A330, viajavam passageiros de 33 nacionalidades, entre eles 61 franceses, 58 brasileiros, dois espanhóis e um argentino. A tripulação de 12 pessoas era composta por 11 franceses e um brasileiro.

Nos dias seguintes ao acidente, os primeiros destroços do avião e corpos foram encontrados. No entanto, o fuselagem só foi localizado dois anos depois, a 3.900 metros de profundidade.

As caixas-pretas confirmaram que os pilotos, desorientados por uma falha causada pelo congelamento das sondas de velocidade Pitot durante a noite, perto do equador, foram incapazes de impedir a queda da aeronave, que ocorreu em menos de cinco minutos.