Serviço Secreto dos EUA reconhece falhas em tentativa de assassinato de Trump
Entre as falhas identificadas por Rowe está a má comunicação com as autoridades locais
O Serviço Secreto dos Estados Unidos admitiu, nesta sexta-feira (20), uma série de falhas de segurança, ao revisar sua atuação na tentativa de assassinato frustrada contra o ex-presidente Donald Trump durante um comício em julho.
O agressor, Thomas Matthew Crooks, conseguiu abrir fogo de um terraço próximo ao palanque, durante o evento ao ar livre realizado pelo candidato republicano, que escapou da morte por pouco.
Trump, de 78 anos, ficou ferido na orelha direita.
A revisão "identificou deficiências no planejamento avançado e sua implementação por parte do pessoal do Serviço Secreto", disse Ronald Rowe, diretor interino do organismo encarregado da segurança de altos dirigentes americanos, durante uma coletiva de imprensa.
"Embora alguns membros da equipe avançada fossem muito diligentes, houve negligência por parte de outros, o que levou a uma violação dos protocolos de segurança", ressaltou.
Entre as falhas identificadas por Rowe está a má comunicação com as autoridades locais, uma "dependência excessiva" nos dispositivos móveis, "resultando na compartimentalização da informação" e problemas na linha de visão, que "foram reconhecidos, mas não mitigados adequadamente".
"Por volta das 18h10 locais, mediante um telefonema, a sala de segurança do Serviço Secreto liga para o agente de resposta a atiradores de elite, que reporta um indivíduo no teto do prédio da AGR", disse Rowe. "Essa informação vital não foi transmitida através da rede de rádio do Serviço Secreto".
Dois participantes do ato de campanha de Trump em Butler, Pensilvânia, foram baleados e um terceiro, o bombeiro Corey Comperatore, de 50 anos, morreu posteriormente.
Crooks foi morto a tiros por pessoal do Serviço Secreto.
A diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, pediu demissão após o incidente e admitiu que se tratou do "maior fracasso operacional do Serviço Secreto em décadas".