Demência: cerca de 8,5% da população idosa convive com a condição no Brasil; entenda
A estimativa é que cerca de 5,6 milhões de brasileiros sejam diagnosticados com algum tipo de declínio cerebral até 2050
Cerca de 8,5% da população brasileira com 60 anos ou mais convivem com demência, segundo relatório Nacional sobre a Demência: Epidemiologia, (re)conhecimento e projeções futuras, divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde. O número representa cerca de 2,7 milhões de casos.
A estimativa é que este número possa chegar a 5,6 milhões de casos diagnosticados até 2050.
“Esse trabalho conjunto é uma grande oportunidade para conhecer a realidade da população brasileira e os fatores de riscos modificáveis. A atenção primária tem um papel chave, na qual podemos atuar no processo de promoção, prevenção, diagnóstico oportuno e, por fim, articular com a atenção especializada para um cuidado específico”, afirmou Jérzey Timóteo, secretário-adjunto de Atenção Primária do Ministério da Saúde.
Pesquisa foi realizado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O estudo também mostrou que a doença é mais prevalente entre as mulheres, com 9,1% dos diagnósticos. Dentre os homens avaliados, foram evidenciados 7,7% de casos. Para a execução do relatório, especialistas das cinco regiões do país se reuniram para debater os dados disponíveis sobre as demências no Brasil.
Os especialistas ainda afirmaram que cerca de 45% dos casos de demência poderiam ser prevenidos ou retardados por fatores modificáveis, como: baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, depressão, inatividade física e isolamento social.
Entretanto, um dos fatores mais importantes para o número alarmante é o estigma associado à doença que impacta diretamente na busca pelo diagnóstico e tratamento, Segundo a pasta, esse aspecto reforça a necessidade da conscientização pública sobre a doença, a implementação de políticas públicas e o fortalecimento no apoio aos cuidadores e familiares.
Um estudo recente, publicado na revista médica The Lancet mostrou que 45% dos casos de demência poderiam ser prevenidos se a população conseguisse eliminar um grupo de 14 fatores de risco.
Cada um dos fatores de risco emerge em fases distintas da vida e contribui um pouco mais para elevar a probabilidade de a demência ocorrer em algum momento. São eles:
Perda de visão;
Poluição do ar;
Isolamento social;
Álcool em excesso;
Obesidade;
Hipertensão;
Tabagismo;
Diabetes;
Sedentarismo;
Trauma cerebral;
Depressão;
Colesterol alto;
Perda de audição;
Educação deficitária.