DNA de 10 mil anos atrás é decodificado pela primeira vez na África do Sul
Restos mortais são de quase 10 mil anos atrás
Pesquisadores reconstituíram os genomas humanos mais antigos da África do Sul a partir de restos de quase 10 mil anos atrás, o que joga luz sobre a história demográfica da região, anunciou uma autora do estudo neste domingo (22).
É uma descoberta-chave na região, onde os genomas mais antigos reconstituídos até agora remontavam a 2.000 anos.
As sequências genéticas são de um homem e de uma mulher, cujos restos foram descobertos no abrigo rochoso de Oakhurst, perto da cidade litorânea de George, explicou Victoria Gibbon, professora de Antropologia Biológica na Universidade da Cidade do Cabo (UCT).
Outras 11 foram reconstituídas a partir de restos humanos descobertos no mesmo local, com uma antiguidade de entre 1.300 e 10.000 anos.
A pesquisa de Oakhurst revela surpreendentemente que os genomas mais primitivos eram geneticamente similares aos dos grupos San e Khoekhoe que vivem hoje na mesma região, disse a UCT em um comunicado.
"Estudos similares na Europa revelaram uma história de trocas genéticas em grande escala devido aos movimentos humanos nos últimos 10.000 anos", explicou na nota o autor principal do estudo, Joscha Gretzinger.
"Esses novos resultados do sul da África são muito diferentes e sugerem uma longa história de relativa estabilidade genética", acrescentou o geneticista do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva de Leipzig, na Alemanha.