Líbano reporta 1.540 mortos em quase um ano de disparos transfronteiriços entre Israel e Hezbollah
Organização xiita começou a trocar ofensivas contra o Estado judeu em outubro, em sinal de solidariedade ao grupo terrorista Hamas pela guerra em Gaza
O Líbano informou nesta quinta-feira que mais de 1.500 pessoas morreram em ataques israelenses desde outubro, quando o grupo xiita Hezbollah começou a disparar foguetes e drones contra Israel em solidariedade ao grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.
De acordo com dados de um comunicado divulgado pela unidade de gerenciamento de desastres do país, 1.540 pessoas foram mortas nesse período, sendo 60 delas apenas nas últimas 24 horas. Outras 5.410 ficaram feridas nas hostilidades, que foram intensificadas desde semana passada.
Ainda nesta quinta-feira, 19 refugiados sírios e um cidadão libanês foram mortos no nordeste do Líbano após um ataque aéreo israelense ter destruído o prédio onde estavam hospedados.
Em outro ataque realizado também nesta quinta, as Forças Armadas de Israel disseram ter matado um comandante de drone da organização político-militar, Mohammed Hussein Surour. O premier israelense, Benjamin Netanyahu, disse estar atacando o país "com força" e declarou que não vai parar até que seus objetivos sejam alcançados.
Na segunda-feira, um alto oficial militar israelense delineou três objetivos militares da ofensiva atual: o primeiro seria reduzir a capacidade do Hezbollah de disparar foguetes contra as áreas de fronteira, como tem feito desde 8 de outubro (um dia após o ataque do grupo terrorista Hamas a Israel), e, em segundo, afastar seus combatentes da fronteira entre Líbano e Israel. O terceiro, continuou, é destruir a infraestrutura que foi construída pela força de elite do grupo xiita — as forças Radwan — que, de acordo com o oficial, seriam usadas para atacar as comunidades israelenses.
O principal porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, reiterou os objetivos da guerra em Gaza declarados por Netanyahu, incluindo a eliminação do Hamas e o retorno dos reféns mantidos no enclave.
Ele reforçou também o objetivo anunciado na semana passada de trazer de volta às suas casas os mais de 60 mil israelenses que tiveram que sair da área da fronteira norte — inicialmente não incluso nas metas do conflito.
A tensão disparou entre Israel e o Líbano na semana passada, após duas ondas de ataques coordenados que detonaram milhares de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah, matando 37 pessoas e deixando mais de 3 mil feridos.
Dias depois, um bombardeio israelense matou em Beirute Ibrahim Aqil, um alto comandante do grupo xiita, e cerca de 50 pessoas, entre elas outros membros da oranização.
O Hezbollah, por meio de seu líder máximo, Hasan Nasrallah, prometeu uma “punição justa” e desafiou Israel a invadir o Líbano.
Já na segunda-feira, o Líbano viveu seu dia mais mortal em quase duas décadas após Israel realizar ataques aéreos contra o grupo xiita libanês Hezbollah em várias partes do país. Desde segunda-feira, mais de 500 pessoas foram mortas, incluindo dezenas de adolescentes e crianças.
Segundo a CNN, o número equivale a cerca de metade do número total de libaneses mortos durante a guerra de 34 dias entre Israel e Hezbollah, em 2006.
O Exército israelense afirmou ter atingido 1.600 alvos do Hezbollah, incluindo "mísseis de cruzeiro", foguetes e ogivas explosivas que estariam armazenados em residências civis.
Entre os mortos desde segunda está também o chefe de unidade de mísseis do Hezbollah, Ibrahim Qubaisi, assassinado em um ataque aéreo na terça-feira em Beirute.
Na quarta, um dia depois, o grupo xiita disparou pela primeira vez um míssil contra a cidade de Tel Aviv — o ataque mais profundo contra o território de Israel desde a intensificação do conflito, e uma mostra de que a organização político-militar libanesa não está disposta a se render depois de sucessivos ataques israelenses.