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Presidente do Uruguai pede para ONU "agir pela Venezuela"

Em seu discurso, Lacalle Pou classificou o governo de Maduro como um "regime autoritário"

Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou - Pablo Porciuncula/AFP

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, pediu, nesta quinta-feira (26), para a ONU "agir pela Venezuela" e advertiu que, se a comunidade internacional não o fizer, em breve outro país "será submetido ao que os venezuelanos estão sendo submetidos".

Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Lacalle Pou reiterou suas críticas ao governo de Nicolás Maduro, que classificou como um "regime autoritário e intolerante que atentou contra a liberdade e contra o bem comum", e pediu que fosse condenado.

"Todos sabemos o que vem acontecendo há muito tempo nesse país. E muitos governos e muitos líderes mundiais têm olhado para o lado, por falta de interesse de alguns deles, ou, lamentavelmente, de alguns por interesse", enfatizou.

Maduro, no poder desde 2013, se autoproclamou vencedor nas eleições de 28 de julho, apesar de a oposição e grande parte da comunidade internacional questionarem que o Conselho Nacional Eleitoral lhe tenha atribuído 52% dos votos emitidos sem fornecer um detalhamento completo das atas.

Lacalle Pou pediu a condenação não só da "fraude" e de "um processo eleitoral viciado", mas também do "regime", da "perseguição política", da "violação dos direitos humanos" e da "prisão arbitrária".

"Me parece que chegou a hora de agir. Chegou a hora de agir pela Venezuela, pelos venezuelanos", enfatizou.

E alertou: "Se a comunidade internacional for tolerante com essas atitudes, só resta esperar para saber qual será o próximo país que vai se ver submetido ao que estão sendo submetidos os venezuelanos".

Em seu último discurso na Assembleia Geral da ONU antes de deixar o poder em março de 2025, Lacalle Pou, um advogado que governa o Uruguai desde 2020, pediu também "construir um direito internacional crível e sólido".

"Acordos, tratados, convenções, documentos, que se assinam e que não se cumprem, só colaboram para erodir esse direito tão frágil que é o direito internacional", disse.