Exército de Israel afirma ter bombardeado quartel-general do Hezbollah no subúrbio de Beirute
Anúncio foi feito pelo porta-voz Daniel Hagari em discurso televisionado; fonte próxima ao grupo afirma que Hassan Nasrallah "está bem"
O Exército de Israel afirmou ter bombardeado o quartel-general do Hezbollah, na região sul de Beirute, durante uma nova onda de ataques aéreos massivos contra a capital libanesa nesta sexta-feira.
O alvo da operação seria o líder do movimento xiita, Hassan Nasrallah, segundo os principais meios de comunicação israelenses. Fontes ligadas ao Hezbollah afirmaram que Nasrallah está vivo.
— Pouco tempo atrás, as Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque preciso contra o quartel-general central da organização terrorista Hezbollah, que servia como o epicentro do terror do Hezbollah — afirmou o principal porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, em um pronunciamento no começo da tarde desta sexta. — O quartel-general central do Hezbollah foi intencionalmente construído sob prédios residenciais no coração de Dariyeh, em Beirute, como parte da estratégia do Hezbollah de usar o povo libanês como escudo humano.
O ataque aéreo foi realizado pouco depois do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmar perante a Assembleia Geral da ONU que Israel não diminuiria a pressão militar contra seus inimigos do norte e que prosseguiria com os ataques até que os objetivos traçados (o retorno da população civil ao norte de Israel) fossem atingidos.
Pouco depois do anúncio do ataque, a equipe do premier anunciou que ele anteciparia sua volta de Nova York para Israel para a noite desta sexta.
Na visão do primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, o ataque prova que Israel "não dá a mínima atenção aos esforços e apelos internacionais por um cessar-fogo" e apelou à comunidade internacional para que pressionasse Israel por uma trégua.
O ataque, que parece ter sido um dos mais intensos em Beirute desde outubro, ocorreu poucas horas após o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no qual justificou as ações militares como uma resposta justa ao ataque terrorista de 7 de outubro.
Segundo o Gabinete do premier, Netanyahu aprovou o ataque aéreo do seu quarto de hotel.
O porta-voz do Exército israelense finalizou afirmando que Israel "está fazendo o que todos os estados soberanos do mundo fariam [...], tomando as medidas necessárias para proteger nosso povo para que as famílias israelenses possam viver em suas casas, com segurança."
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelenses, o tenente-general Herzi Halevi, elogiou o que descreveu como "alto nível de prontidão no ataque e na defesa em todas as frentes". Yoav Gallant, o ministro da Defesa, observou o ataque da sala de comando subterrânea da Força Aérea Israelense, segundo seu gabinete.
— Eles estavam cheios de pessoas. Quem quer que esteja nesses prédios agora está sob os escombros — pontuou Abiad.
Uma descrição feita por um repórter do jornal New York Times afirma que o barulho era ensurdecedor, e que uma fumaça preta e espessa pôde ser vista subindo, no horizonte.
A Defesa Civil do Líbano disse que paramédicos e equipes de emergência estavam correndo para a cena do ataque, e o barulho de sirenes toma conta das proximidades do local.