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Por que a Basf vai vender a Suvinil no Brasil?

Fabricante alemã de insumos químicos anunciou que vai se desfazer de sua fabricante de tintas decorativas para se concentrar nos seus principais negócios. E afirma que nada muda para os 4.500 trabalhadores no país

Suvinil vende, além de tintas, rejuntes, esmaltes, mantas, vernizes e diluentes - Reprodução da internet/Divulgação

A fabricante alemã de insumos químicos Basf, dona da Suvinil e da Glasu! no Brasil, afirmou que vai tentar vender essas marcas de tintas decorativas no país. Em comunicado divulgado na quinta-feira, a empresa afirmou que a decisão vem apesar da posição de liderança no mercado.

O objetivo da empresa, segundo o comunicado, é aproveitar o bom momento dos negócios no Brasil para vender as marcas e, assim, se concentrar em seus negócios estratégicos.

“A divisão de tintas da Basf tem posições de liderança em seus mercados e gera fortes contribuições de ganhos e caixa.

Diante desse contexto, a Basf vai explorar opções estratégicas gerais para criação de valor e também vai preparar um processo de desinvestimento para o negócio de tintas decorativas no Brasil”, afirmou Markus Kamieth, presidente do Conselho de Administração da BASF, em comunicado.

No Brasil, a empresa afirmou que a operação visa aproveitar o bom momento de mercado e os fortes resultados do negócio.

A marca de tintas possui fábricas em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife, capital pernambucana.

São, ao todo, 4.500 trabalhadores da Basf no Brasil, correspondendo a 70% dos empregados na América do Sul, de cerca de 6.400.

O processo “não trará impactos imediatos para colaboradores ou clientes”, disse em comunicado.

A empresa alemã afirmou que a decisão visa a concentração nos negócios a qual classificou como “principais”: insumos químicos, materiais, soluções industriais, nutrição e cuidados.

Nestas áreas, a Basf produz desde insumos para protetor solar até ingredientes para bolos e sorvetes, passando por ração animal, material para solados de tênis, gases industriais e componentes para baterias de carros elétricos.

Para os outros, como o negócio de tintas, a empresa afirma que “buscará opções ativas de portfólio onde haja criação de valor para a empresa e para os acionistas”.

“Observamos que há mais foco em valor e uma visão mais clara sobre as forças principais. Isso é expresso pela disposição de monetizar o segmento de tintas.

O CEO está propondo tornar a empresa mais focada e menos complexa”, afirma, em relatório, Sebastian Satz, analista do banco americano Citi.

A Suvinil recebeu, no ano passado, investimentos de R$ 50 milhões para a modernização do seu parque industrial próximo à capital paulista.

Segundo a empresa, a capacidade de produção de tintas no complexo industrial de São Bernardo do Campo é de 300 milhões de litros, enquanto a fábrica em Pernambuco possui capacidade de produzir outros 30 milhões de litros.

Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abramati), foram produzidos 1,871 bilhão de litros de tintas no país em todo ano passado, dos quais 1,407 eram voltados ao setor imobiliário, do qual a Suvinil e a Glasu! possuem foco.

A capacidade total das duas marcas, de 330 milhões de litros, corresponde a 23,4% de tudo que foi produzido para o setor no ano passado.

A Suvinil vende, além de tintas, rejuntes, esmaltes, mantas, vernizes e diluentes. Já a Glasu!, que também comercializa tintas, vende corantes, seladores e massas acrílicas.