"Armeiro do crime": idoso que fabricava armas para crime organizado no Litoral Sul é preso
Com o homem, foram apreendidas diversas armas de fogo e munições
Um armeiro de 61 anos foi preso pela Polícia Civil de Pernambuco, na zona rural de Ipojuca, no Litoral Sul do Estado. Segundo a polícia, o idoso atuava para o crime organizado na região. A prisão aconteceu na última quinta-feira (26).
Investigadores começaram a apurar as atividades criminosas do armeiro em junho deste ano. A corporação, que divulgou o caso nesta segunda-feira (30) em coletiva de imprensa no Recife, identificou que ele era responsável por fabricar, montar, desmontar, reparar, modificar, projetar e fabricar armas de diversos calibres.
Além disso, o armeiro também realizava trabalhos ilícitos para o crime organizado, segundo a Polícia Civil. Ele não tinha passagens pelo sistema prisional.
Após receberem informações sobre a atuação do homem, que usava um galpão para os trabalhos envolvendo as armas, os policiais fizeram uma intervenção no local e o prenderam em flagrante.
Titular da Delegacia de Ipojuca, a delegada Letícia Moreira explicou que o armeiro ficou "bastante surpreso" ao ser preso.
"Ele se mostrou bastante surpreso exatamente pela localidade, que é uma região bem inóspita. Ele permaneceu em silêncio", detalhou.
O homem foi autuado por posse ilegal e comércio ilegal de arma de fogo. A polícia ainda afirmou que, para dissimular a atividade criminosa no local, o homem também usava o galpão como carpintaria.
Foram apreendidas com o armeiro diversas armas, entre espingardas e munições de diversos calibres, garruchas e canos e coronhas para espingardas.
"Encontramos nove armas de fogo completas de pronto uso, além de revólveres que ele estava trabalhando, coronhas que ele estava lapidando para colocar em novas armas, canos para confecção de novas armas, facas, munição de diversos calibres. Tudo isso foi apreendido", completou a delegada Letícia Moreira.
Para a delegada, a prisão do homem gera um prejuízo para o crime organizado da região. "É exatamente o que queremos, tirar uma enorme quantidade de armas de fogo e garantir uma maior segurança", falou.
Liberado em audiência
O homem foi encaminhado à audiência de custódia e, apesar do pedido pela prisão preventiva feito pela polícia, foi liberado para responder em liberdade.
"O juiz de plantão entendeu que ele não representava um perigo concreto e só impôs uma cautelar de afastamento de arma de fogo", finalizou a delegada Letícia Moreira.