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Vendas de veículos híbridos e elétricos no Brasil pode superar as de movidos a combustão em 2030

Previsão é de que 1,5 milhão de unidades de eletrificados sejam vendidas no período

Procura por veículos híbridos deve aumentar em 2024 - Freepik

As vendas de veículos híbridos e elétricos leves no Brasil poderão ultrapassar as de veículos a combustão até o fim desta década, atingindo 1,5 milhão de unidades em 2030, segundo estudo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sobre os caminhos da descarbonização automotiva no Brasil, elaborado pela consultoria Boston Consulting Group (BCG).

Esse percentual pode aumentar para mais de 90% em 2040, dependendo de condicionantes como adoção de novas tecnologias de motorização e de biocombustíveis

Em 2023, as vendas de veículos eletrificados (híbridos e elétricos) responderam por 4,3% do total no Brasil, segundo dados da Anfavea, enquanto que nos primeiros nove meses de 2024, a participação subiu para 7,2%.

Para o segmento de veículos pesados, as vendas com novas tecnologias de propulsão podem representar 60% em 2040. Em aplicações como ônibus urbanos, as versões elétricas podem ultrapassar 50% já em 2035.

O cenário mais acelerado e otimista é condicionado ao desenvolvimento de demanda de energia e distribuição, etanol e biodiesel. O estudo revela que o setor automotivo emite atualmente 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, representando cerca de 13% das emissões totais do Brasil.

Se o ritmo atual de crescimento for mantido, emissões poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.

O uso das novas tecnologias de propulsão, combinadas com a maior utilização de biocombustíveis, podem reduzir em até 280 milhões de toneladas a emissão de CO2 nos próximos 15 anos.

Segundo a Anfavea, essa redução pode ser ainda mais expressiva, alcançando 400 milhões de toneladas de CO2 no mesmo período, caso sejam adotadas as seguintes medidas:

Renovação da frota

Inspeção veicular

Aumento do poder calorífico dos biocombustíveis

Implementação de programas de reciclagem veicular.

Esse avanço, segundo o estudo, envolve o desenvolvimento de um ecossistema abrangente, que inclui a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis.

— O estudo demonstra o papel que o setor automotivo está desempenhando no desenvolvimento de tecnologias rumo à descarbonização, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades de mobilidade, mas que também reforçam o compromisso em promover uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, beneficiando a sociedade como um todo e as futuras gerações— afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

Anfavea e BCG pretendem apresentar os resultados do novo estudo esta semana para representantes do governo, em Brasília.

— Tenho certeza de que a sociedade vai exigir a redução de CO2 do nosso setor — disse Luiz Carlos Moraes, um dos vice-presidentes da Anfavea, durante apresentação do estudo na sede da entidade, em São Paulo, na última sexta-feira.