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Caso Marielle: Orelha é o primeiro condenado na investigação do assassinato da vereadora

Ele ajudou os executores a se desfazerem do GM Cobalt usado no crime

Vereadora Marielle Franco - Marcelo Freixo/Wikimedia Commons

Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, foi condenado pela Justiça do Rio por ajudar os assassinos da vereadora Marielle Franco a se desfazerem do GM Cobalt usado no crime. A pena é de cinco anos. Esta é a primeira condenação na investigação do atentado, no qual morreu também o motorista Anderson Gomes. As informações são do g1.

Orelha está preso desde o fim de fevereiro. De acordo com as investigações, após a execução de Marielle e de Anderson, Élcio e o ex-sargento da PM Ronnie Lessa — motorista e atirador —precisavam se livrar do carro usado no crime imediatamente.

Ambos foram para o Méier, na Zona Norte do Rio, esconder o Cobalt na casa do irmão de Lessa. O ex-sargento, por sua vez, pediu ajuda ao seu amigo, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, que conhecia Orelha, dono de um ferro-velho no Morro da Pedreira, na Pavuna, também na Zona Norte.

Baseados na delação de Élcio, o Ministério Público e a Polícia Federal confirmaram a participação de Orelha no crime. Lessa e Maxwell levaram o carro para o dono do ferro-velho do Méier até o ponto de encontro, uma praça na Avenida dos Italianos, em Rocha Miranda, na Zona Norte. O local, inclusive, fica perto da área onde o ex-bombeiro e o ex-sargento da PM têm uma rede ilegal de internet e TV a cabo. Ambos quebraram a placa do carro em diversos pedaços, jogando-os na linha do trem que tinha no caminho.

Segundo a denúncia da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o caso Marielle Franco e Anderson Gomes (Gaeco/FTMA), o Cobalt foi levado até Orelha no dia 16 de março de 2018. Conforme os promotores, o dono do ferro-velho "embaraçou a investigação", uma vez que deu sumiço ao veículo usado no homicídio.

O Cobalt usado na emboscada, no dia 14 de março de 2018, tinha placas clonadas. Com a ajuda de Orelha, o veículo nunca foi encontrado. Além de Marielle e Anderson, a outra passageira era a chefe de gabinete da parlamentar, Fernanda Gonçalves Chaves, que conseguir escapar com vida.

Durante as investigações, iniciadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e passadas para a Polícia Federal, 443 veículos Cobalt de cor prata, com as mesmas características do carro usado no crime, foram analisados. Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz e Maxwell Correa estão presos em presídios federais fora do Rio.