JUSTIÇA

Policial militar vira réu por feminicídio de ex-namorada grávida em Jaboatão

Comparsa do PM também virou réu na investigação do caso

Técnica de enfermagem, de 21 anos, foi morta a tiros em Jaboatão dos Guararapes - Redes Sociais/Reprodução

A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra o policial militar João Gabriel Tenório Ferreira, conhecido como "Padre", que passa a ser réu pelo feminicídio da ex-namorada, a técnica de enfermagem Maria Clara Adolfo de Souza, de 21 anos. 

A jovem, que estava grávida de quatro meses, foi assassinada em 24 de julho deste ano, no bairro do Socorro, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Em 1º de agosto, uma semana depois do crime, o PM João Gabriel Tenório Ferreira e o comparsa dele, Eduardo Oliveira da Silva, foram presos. 

Eduardo, conhecido como "Toupeira", foi o responsável por pilotar a moto no dia do crime. 

O PM foi encaminhado para o Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), localizado em Abreu e Lima, na RMR. Eduardo foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), também em Abreu e Lima.

A denúncia foi aceita pela 1ª Vara do Tribunal de Júri da Comarca de Jaboatão dos Guararapes, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

O TJPE afirmou que marcará a primeira audiência de instrução do caso após a defesa do policial militar apresentar defesa por escrito. 

Com a audiência, a defesa do PM será novamente intimada, bem como o Ministério Público. Nessa fase do processo, deverão ser indicadas as testemunhas que serão ouvidas na audiência. 

Maria Clara ligou para a mãe antes de ser morta
Em entrevista após o crime, a mãe de Maria Clara, Simone Kelly, disse que a filha manteve um relacionamento por cerca de três anos com um homem que seria policial militar. A família já acreditava que ele teria envolvimento com o crime. 

Antes de ser morta, Maria Clara foi atraída para fora de casa após receber uma ligação. Ela chegou a enviar um áudio para a mãe dizendo que desceria do primeiro andar para buscar uma encomenda na rua.

Na gravação, inclusive, a jovem teria informado o nome de quem ligou e também da pessoa que entregaria a encomenda. 

Quando saiu, a técnica de enfermagem foi atingida por diversos disparos de arma de fogo. O celular dela foi levado.