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TCU vai monitorar impacto de bets na saúde pública e no orçamento das famílias

Presidente do TCU cita possibilidade de aumento de gasto na saúde por tratamento de vício em bets

Apostas esportivas - Freepik

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, nesta quarta-feira (2), uma proposta para acompanhar o mercado de apostas on-line no Brasil e seus impactos na saúde pública, no orçamento das famílias e em diversas políticas públicas.

A proposta foi apresentada pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, e referendada pelos demais membros da corte de contas. Dessa forma, a Secretaria-Geral de Controle Externo do tribunal vai acompanhar “os custos envolvidos na saúde pública, o impacto no poder de compra das famílias e as ações propostas pelo governo federal”, segundo Dantas.

Em relação às medidas tomadas pela União, Dantas citou, por exemplo, ações para prevenir a lavagem de dinheiro, roubo de dados dos apostadores e o envolvimento de menores de idade.

“Estima-se que o mercado de apostas também pode repercutir no orçamento da saúde, uma vez que, com a inclusão de ações voltadas à população com vício nas bets, haverá possibilidade de um aumento significativo nos atendimentos em saúde mental realizados na Atenção Primária à Saúde e nos Centros de Atenção Psicossocial”, diz Dantas, em uma comunicação da presidência do TCU.

O mercado de bets está na mira do governo diante do crescimento acelerado no país, que vem drenando recursos da economia, inclusive de pessoas mais vulneráveis. A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) estima que o mercado vai movimentar R$ 150 bilhões em 2024.

Levantamento do Banco Central, feito a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM), estimou que o gasto médio dos brasileiros com apostas e cassinos on-line girou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões por mês neste ano até agosto. Só no oitavo mês do ano, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com esses jogos on-line.

Nesta terça-feira, o Ministério da Fazenda deu o primeiro passo para o controle do mercado com a apresentação da lista das plataformas que pediram autorização e podem operar no país. São 193 marcas. As demais não podem oferecer mais jogos aos brasileiros e terão os sites bloqueados a partir do dia 11.