Furacão Helene

Biden e Kamala visitam regiões devastadas pelo furacão Helene

Biden chegou à Carolina do Sul e cumprimentou funcionários locais e socorristas

A tempestade política em torno do furacão Helene ocorre enquanto Biden e Kamala enfrentam uma série de crises - Brendan Smialowkia/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, visitaram nesta quarta-feira (2) as regiões devastadas pelo furacão Helene, após o republicano Donald Trump tentar transformar a gestão do desastre natural em tema da campanha eleitoral.

Biden chegou à Carolina do Sul e cumprimentou funcionários locais e socorristas, antes de fazer um reconhecimento dos danos causados pela catástrofe e das operações de resgate e recuperação que se estendem pelo sudeste dos Estados Unidos.

Segundo autoridades, a tempestade deixou 159 mortos em seis estados. O presidente sobrevoou de helicóptero a cidade de Asheville, na Carolina do Norte, uma das mais afetadas pelo fenômeno climático. Biden também visitará um centro de comando de resgate no estado, onde mais de 70 pessoas morreram.

O secretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, que viajava com o presidente, descreveu Helene como uma tempestade de "força histórica" que provocou inundações calamitosas em cidades e comunidades montanhosas remotas.

"Temos vilarejos que desapareceram, literalmente", disse a bordo do Air Force One. "Esta é uma recuperação bilionária e de vários anos".

Antes de deixar Washington, Biden anunciou o envio de até 1.000 soldados da ativa na Carolina do Norte para impulsionar os esforços de resposta a emergências, incluindo a "luta para salvar vidas" nas comunidades devastadas.

"Esses soldados acelerarão a entrega de suprimentos vitais de alimentos, água e medicamentos para comunidades isoladas na Carolina do Norte", disse o presidente.

"Meu coração está com todos que experimentaram uma perda imensurável", acrescentou. "Estamos aqui para vocês e ficaremos aqui todo o tempo que for necessário".

A resposta federal na região supera os 4.800 efetivos, disse Mayorkas, incluindo socorristas, trabalhadores da saúde e especialistas em limpeza de destroços e restauração de energia. A eles se somam os 6.500 efetivos da Guarda Nacional que foram ativados, segundo o Pentágono.

Kamala, que substituiu Biden como candidata presidencial democrata para as eleições de 5 de novembro, viajou separadamente para o estado sulista da Geórgia, que também foi muito afetado.

A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira que Biden também viajará para a Flórida, onde a tempestade atingiu a costa na semana passada como furacão de categoria 4, e para a Geórgia nesta quinta-feira, para visitar as comunidades afetadas.

As chuvas provocadas pelo furacão Helene causaram uma enorme devastação na região dos Montes Apalaches, deixando cidades e vilarejos isolados.

Biden declarou que não havia viajado antes porque os socorristas disseram que sua visita afetaria as operações.

Carolina do Norte e Geórgia são dois dos sete estados cruciais que provavelmente decidirão o resultado das eleições americanas. A votação antecipada já começou em vários estados.


Está mentindo
As visitas ocorrem um dia depois que os candidatos à vice-presidência, o republicano J.D. Vance e o democrata Tim Walz, se enfrentaram em um debate surpreendentemente civilizado, o último antes do dia das eleições.

Ambos reconheceram ter pontos em comum em vários temas, incluindo a situação dos afetados pela tempestade. Vance disse: "Queremos uma resposta federal o mais sólida e agressiva possível para salvar o maior número de vidas possível".

Mas o ex-presidente republicano Trump já havia tentado antes obter ganhos eleitorais do desastre, acusando o governo, sem provas, de ignorar a crise e negar ajuda a seus apoiadores.

Em resposta às acusações, Biden disse aos jornalistas na segunda-feira que Trump estava "mentindo" e qualificou seus ataques de "irresponsáveis".

A tempestade política em torno do furacão Helene ocorre enquanto Biden e Kamala enfrentam uma série de crises a apenas um mês das eleições, entre elas o agravamento da situação no Oriente Médio, onde o Irã disparou mísseis contra Israel, depois que este último ampliou suas operações militares no Líbano.

A Casa Branca também tenta resolver uma greve de trabalhadores portuários americanos que ameaça a economia do país, um tema importante antes das eleições.