Ex-ministro que levou Fórmula 1 para Singapura é condenado a 12 meses de prisão por corrupção
Na semana passada, Iswaran foi condenado por obstrução da Justiça e aceitação ilegal de presentes
Um tribunal de Singapura condenou, nesta quinta-feira (3), o ex-ministro dos Transportes S. Iswaran a 12 meses de prisão por corrupção. Ele foi um dos responsáveis por levar o Grande Prêmio de Fórmula 1 para o país do Sudeste Asiático.
Na semana passada, Iswaran foi condenado por obstrução da Justiça e aceitação ilegal de presentes, no primeiro julgamento por corrupção contra um político neste país, em quase meio século.
O jornal local The Straits Times notou que a acusação exigia uma pena de seis a sete meses de prisão, contra as oito semanas argumentadas pela defesa.
Finalmente, os meios de comunicação locais indicaram que o tribunal ordenou doze meses de prisão ao ex-ministro, que se demitiu em janeiro após receber a notificação formal da sua acusação.
Os promotores apresentaram, inicialmente, 35 acusações contra Iswaran, a maioria relacionadas a corrupção, mas as reduziram para cinco na semana passada, no início do julgamento.
Algumas delas estiveram ligadas à aceitação de presentes do magnata hoteleiro e imobiliário Ong Beng, um dos homens mais ricos de Singapura, também envolvido na organização da Fórmula 1 na cidade-estado.
Em 2007, o Conselho de Turismo de Singapura assinou um contrato com a empresa promotora do GP de Singapura, propriedade de Ong, para organizar a corrida noturna que começou em 2008.
O contrato foi renovado três vezes e vai até 2028, mas o governo anunciou que iria rever o seu conteúdo após a demissão de Iswaran.
Iswaran devolveu ao governo os US$ 295 mil em ganhos ilícitos; e os presentes recebidos, incluindo uma bicicleta Brompton, também foram apreendidos, informou o gabinete do procurador-geral.
Os observadores consideram este julgamento um dos mais significativos politicamente nesta cidade-estado, muitas vezes considerada um dos países menos corruptos do mundo.
Os ministros do seu governo recebem salários comparáveis aos dos altos executivos do setor privado para dissuadir atitudes corruptas.