repatrição

Governo detalha repatriação de brasileiros do Líbano

O primeiro avião que fará o resgate de um grupo de 220 brasileiros decolou do Rio nesta quarta

Primeiro avião que fará o resgate de um grupo de 220 brasileiros que está no Líbano decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio, às 0h47 desta quarta-feira - FAB

O ministro da Defesa, José Múcio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, falam nesta quinta-feira sobre a repatriação dos brasileiros que estão no Líbano.

Mauro Vieira destacou o alto número de brasileiros que vivem no Líbano e afirmou que a operação está sendo desenhada com base na experiência de repatriação dos brasileiros que estavam em Gaza.

— São números grandes, são 20 mil pessoas que vivem no Líbano, e ainda há pessoas de passagem. Vimos as necessidades e possibilidades de partida. Estamos repetindo o que foi feito de outubro a início desse ano com relação aos brasileiros que estavam na Palestina e em Israel. Foi uma operação bem sucedida.

O primeiro avião que fará o resgate de um grupo de 220 brasileiros que está no Líbano decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio, às 0h47 desta quarta-feira.

A aeronave — modelo KC-30 da Força Aérea Brasileira — tem como destino a capital Beirute e está em Lisboa, Portugal, aguardando autorização para finalizar o percurso.

O KC-30 é um rebatismo do aviaão civil A330, aeronave de grande porte, com três corredores. A versão usada pela FAB tem capacidade para 230 pessoas.

O Líbano vem sendo atacado por Israel que tem como alvo núcleos do grupo terrorista Hezbollah. Ainda não há previsão de retorno do avião ao país, segundo a Aeronáutica.

Além de pilotos, militares da área de saúde (médico, enfermeiro, psicólogo) farão parte da tripulação para prestar o apoio necessário durante a missão. A operação foi batizada pela Aeronáutica de “Raízes de Cedro”.

Cerca de 3 mil pessoas pediram ajuda ao governo brasileiro para sair do Líbano, mesmo número que o registrado em 2006, quando o Brasil realizou uma operação de repatriação durante a última guerra entre Israel e o Hezbollah.

Coordenador da operação de 2006, o assessor especial Celso Amorim, conselheiro do presidente Lula para assuntos internacionais, ressaltou a complexidade da operação e lembrou que foi preciso mobilizar aviões de empresas áreas para conseguir retirar todos os brasileiros.

— Muitos brasileiros estão vivendo no vale do Bekaa. Pela minha experiência da outra guerra, a região é muito atingida — explicou Amorim, completando: — Na época, precisamos fazer uso, inclusive, das empresas aéreas que cederam aviões, tiraram da malha para fazer a operação.

Em dezembro do ano passado, o governo finalizou a operação "Voltando em Paz", que repatriou 1.525 em meio a guerra entre Israel e Hamas, pouco mais da metade da demanda atual. Ao todo, foram necessários 11 voos para completar a operação.