ELEIÇÕES 2024

Cármen Lúcia alerta para risco de desinformação na reta final da campanha

Presidente do TSE afirmou que inteligência artificial confunde cérebro humano e o impede de fazer escolhas livres

Cármen Lúcia, mnistra do STF e presidente do TSE - José Cruz/Agência Brasil

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta sexta-feira que há uma espécie de "cabresto digital" no Brasil, que ocorreria por meio da desinformação para influenciar o voto nas eleições. Cármen participou da abertura de um encontro com convidados internacionais, a dois dias do primeiro turno das eleições municipais.

"Criamos agora no Brasil, nós conhecíamos nas décadas de 30 e 40 do século passado, o cabresto digital. Alguém põe na nossa máquina, no nosso celular, no nosso computador, algo que nos desinforma e nos encabresta para o mesmo lugar, como se fossemos apenas manipulados, sem condições de livremente escolher", declarou a presidente do TSE.

Cármen também afirmou que ferramentas de inteligência artificial (IA) confundem o cérebro humano, fazendo com que ele não seja capaz de fazer escolhas livres.

"Com a inteligência artificial, acresceu-se ainda, com a exposição (de) verossimilhança de fatos, dados e até imagens que confundem o cérebro humano. O cérebro confundido não é um cérebro livre. Ele não pode fazer escolhas livres, porque ele não tem o prumo necessário, o raciocínio necessário."

A embaixadora de Gana no Brasil, Abena Busia, que também participou da abertura do evento, elogiou a frase sobre o "cérebro livre" e afirmou que gostaria de colocá-la em uma camiseta. Também participaram os embaixadores do Uruguai e do Chile, Guillermo Valles e Sebastián Depolo.

Em sua fala, a presidente do TSE ainda afirmou que há uma tentativa de capturar a defesa da liberdade de expressão, com a alegação de que qualquer forma de regulação seria censura.

"Essas máquinas vêm tentando capturar a liberdade de expressão, que é uma conquista democrática, afirmando que qualquer regulação seria uma forma exatamente de censurar a livre expressão. Isso também é mentira. É fake news, no jargão mais comumente utilizado, é uma desinformação."