ORIENTE MÉDIO

Israel amplia operação terrestre contra o Líbano e volta a bombardear Beirute

Tensão segue elevada nos dois lados da fronteira

Ataque israelense no Líbano - Mohamed Abouelenen/AFP

As Forças Armadas de Israel anunciaram nesta terça-feira que estão ampliando a área da operação por terra no Líbano, com o envio de novas divisões do Exército ao sudeste do país. À medida que as tropas continuam a realizar o que o comando militar classifica como ações "limitadas", a guerra aérea com o Hezbollah continua a escalar.

O movimento libanês fez o maior ataque com foguetes contra a cidade de Haifa, terceira maior e principal centro urbano do norte do país, desde o início da guerra, enquanto Israel voltou a bombardear Beirute.

As novas operações israelenses começaram ainda na segunda-feira, segundo o anúncio do Exército, com o destacamento de uma nova divisão para ações em terra. Uma série de incursões foi confirmada partindo do nordeste de Israel com direção ao Líbano. Embora o Exército israelense não tenha revelado quantas tropas operam no país, segundo o jornal Times of Israel aponta um número superior a 15 mil militares.

Em um vídeo divulgado pelos militares, por volta das 13h15 (7h15 em Brasília), uma companhia aparece tomando o controle de um posto de combate do Hezbollah, com ao menos uma peça de artilharia voltada para Israel. A posição estaria perto da fronteira entre os países, segundo o comunicado.

Paralelamente, a guerra aérea continua com toda a intensidade. A mídia estatal libanesa relatou que aviões de guerra israelenses realizaram ataques em áreas como Tiro, Arabsalim e nos arredores ao sul de Beirute. Os militares confirmaram nesta terça-feira que mataram o oficial do Hezbollah responsável pelo quartel-general do grupo, Suhail Hussein Husseini, em um ataque na madrugada.


Do outro lado da fronteira, a cidade de Haifa foi alvo do mais intenso ataque do Hezbollah desde o início da guerra, com mais de 100 projéteis disparados até as primeiras horas da manhã desta terça. A imprensa israelense noticiou que uma idosa ficou levemente ferida após ser atingida por um estilhaço.

O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, discursou em meio aos ataques, afirmando que a missão por terra de Israel no sul do Líbano era um fracasso e que as capacidades militares do grupo estão intactas, apesar dos ataques recorrentes lançado pelas tropas israelenses nas últimas semanas.

— Nossas capacidades militares estão bem. O que nossos inimigos dizem sobre nossas capacidades de luta é uma ilusão. Eles estão mentindo. Nossos combatentes na linha de frente estão sólidos. O que aconteceu nos últimos 10 dias é que a dor dos israelenses está aumentando — afirmou Qassem, acrescentando que o número de deslocados no lado israelense da fronteira irá aumentar. — O plano israelense é matar civis libaneses e esvaziar vilas para causar caos. Mas eu digo a eles que seus esforços são um fracasso.

O Ministério da Saúde do Líbano afirmou que ao menos 2.083 pessoas foram mortas no país e quase 10 mil ficaram feridas desde que a guerra em Gaza começou em outubro passado. A maioria das mortes ocorreu nas últimas três semanas, desde que a guerra se intensificou após a detonação de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah. (Com AFP e NYT)