Israel afirma ter destruído túnel do Hezbollah que percorria seu território; veja
Exército israelense localizou a passagem subterrânea durante as operações terrestres no sul do Líbano
O Exército israelense anunciou, nesta terça-feira (8), que "desmantelou" um túnel do movimento xiita libanês Hezbollah, durante as operações terrestres no sul do Líbano. De acordo com as autoridades, a passagem atravessou a fronteira e entrou no território de Israel, mas a saída ainda não havia sido construída.
"Localizamos e desmantelamos um túnel de 25 metros de comprimento, que atravessou a fronteira e penetrou uns 10 metros no território israelense", declarou o contralmirante Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, em pronunciamento.
Ainda nesta terça, as Forças Armadas de Israel anunciaram que estão ampliando a área da operação por terra no Líbano, com o envio de novas divisões do Exército ao sudeste do país. À medida que as tropas continuam a realizar o que o comando militar classifica como ações "limitadas", a guerra aérea com o Hezbollah segue escalando.
As novas operações israelenses começaram na segunda-feira, segundo o anúncio do Exército, com o destacamento de uma nova divisão para atuar além da fronteira. Uma série de incursões foi confirmada partindo do nordeste de Israel com direção ao sul e ao sudeste do Líbano. O Exército não revela quantos soldados operam no país, mas o jornal Times of Israel aponta um número superior a 15 mil militares.
Arsenais escondidos e túneis quilométricos
A incursão terrestre de Israel não será uma tarefa tão fácil quanto contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, já que o Hezbollah é conhecido por sua vasta rede subterrânea, que inclui arsenais escondidos e túneis que se estendem por centenas de quilômetros.
Esses túneis, escavados em rocha sólida, são menos acessíveis e mais difíceis de destruir em comparação com os túneis de Gaza, construídos em solo arenoso. Além disso, especialistas apontam que a infraestrutura militar do grupo, incluindo lançadores de mísseis, está integrada em vilarejos no sul do Líbano, o que torna a tarefa ainda mais desafiadora para Israel.
Em agosto, o grupo divulgou um vídeo de cerca de quatro minutos que mostrava uma dessas instalações subterrâneas. Intitulado "Nossas montanhas são nossos depósitos", o registro mostra o que pareciam ser túneis subterrâneos grandes o suficiente para acomodar comboios de caminhões.
Alguns deles pareciam transportar mísseis e lançadores pela instalação, identificada como "Imad 4" — uma referência ao principal comandante do Hezbollah, Imad Mughniyeh, morto em um atentado com carro-bomba em Damasco, Síria, em 2008, atribuído a Israel.
Parte do arsenal do grupo xiita — estimado em até 200 mil mísseis e foguetes — fica escondido nesses túneis, que foram construídos com a ajuda do Irã e da Coreia do Norte após a guerra de 2006 contra Israel, de acordo com um relatório do Alma, um centro de estudos israelense especializado no Hezbollah.
Embora o grupo tenha usado de forma contida seu poder de fogo nos combates recentes, suas capacidades se expandiram significativamente, especialmente em relação à precisão de seus mísseis.