Volta do X: provedores de internet aguardam Anatel para "religar" rede social
Setor diz que, após instrução oficial da agência, poderá desbloquear a plataforma "em questão de horas"
Responsável por “religar” o X no Brasil, as empresas provedoras de internet do país ainda aguardam a notificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para realizar o desbloqueio da plataforma. O setor, há 39 dias, mantem a restrição aos servidores que permitem o acesso à rede social por usuários brasileiros.
Depois da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a volta do X, cada uma dos 20 mil provedores que existem no país precisam configurar seus sistemas para remover as barreiras do acesso à plataforma.
A partir do momento em que forem notificados, as empresas esperam realizar a liberação "em questão de horas". Se a notificação for recebida fora de horário comercial, alguns provedores de internet devem liberar o X “apenas no início da manhã do dia seguinte”, afirma a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT).
Após os provedores liberarem os servidores do X, há um tempo de propagação da mudança na rede. Esse processo pode fazer com que o retorno comece para parte dos usuários, antes de estar completamente disponível novamente.
Moraes determinou que a Anatel "adote as providências necessárias para efetivação" liberação em até 24 horas. O Globo questionou a agência se há previsão para enviar o oficício aos provedores, mas não teve retorno.
Na decisão tomada nesta terça-feira, o ministro afirma que "todos os requisitos necessários para o retorno imediato das atividades" foram cumpridos. Além da indicação de um representante legal no país, o que foi feito pela rede, Moraes havia determinado que a volta da rede social dependeria do pagamento de multas que somam R$ 28,6 milhões.
O depósito foi feito pela plataforma de Elon Musk na semana passada, mas na conta bancária incorreta. A regularização do pagamento aconteceu nesta segunda-feira. Ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se posicionou então a favor da liberação da rede nesta terça.
O embate mais recente entre o bilionário e a Justiça brasileira começou em 18 de agosto, quando o X declarou que não cumpriria decisões do STF e retiraria a representação no Brasil. Moraes determinou a suspensão da plataforma, acessada por 22 milhões de brasileiros, dias depois.