diplomacia

Chanceler iraniano viaja à Arábia Saudita para conversar sobre Líbano e Gaza

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano afirmou, na rede social X, que a visita de Araghchi se concentraria em parar "o genocídio e a agressão do regime israelense"

O Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Príncipe Faisal bin Farhan (D), reunido com o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi - Ministério Das Exteriores Da Saudade / AFP

O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, viajou nesta quarta-feira (9) à Arábia Saudita para dialogar sobre o fim dos combates entre o Exército israelense e os movimentos apoiados pelo Irã em Gaza e no Líbano.

"Espero que essas conversas possam levar a melhores condições na Palestina e no Líbano e a estabelecer a paz na região", declarou Araghchi à televisão estatal iraniana ao chegar a Riade.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, afirmou na rede social X que a visita de Araghchi se concentraria em parar "o genocídio e a agressão do regime israelense" e tinha como objetivo "aliviar a dor e o sofrimento de nossos irmãos e irmãs de Gaza e do Líbano".

O chanceler iraniano se reuniu com o líder de fato do reino, o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, indicou a agência de notícias oficial saudita SPA.

Ele também se encontrou com seu homólogo saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, para discutir os "desenvolvimentos na região", segundo a mesma fonte, sem dar mais detalhes.

A visita de Araghchi à Arábia Saudita ocorre após o ataque iraniano contra Israel na semana passada. O governo israelense prometeu responder ao ataque, que foi realizado com mais de 200 mísseis.

A Arábia Saudita "confirmará que não permitirá que nenhuma das partes utilize seu espaço aéreo para atacar a outra e aceitará também qualquer pedido de cessar-fogo no Líbano ou Gaza", declarou à AFP Ali Shihabi, um analista saudita próximo ao governo.

Israel lançou uma ofensiva implacável contra a Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023, como resposta ao sangrento ataque do movimento islamista palestino Hamas em seu território.

No dia seguinte, o movimento libanês Hezbollah abriu uma frente contra Israel em apoio ao Hamas, seu aliado.

O Exército israelense começou a bombardear intensamente, em 23 de setembro, os redutos do Hezbollah no sul e leste do Líbano, assim como nos subúrbios do sul de Beirute. E em 30 de setembro, os militares israelenses lançaram uma ofensiva terrestre no sul do país vizinho.

Tanto o Hamas quanto o Hezbollah fazem parte do chamado "eixo da resistência", uma rede de movimentos armados do Oriente Médio alinhados ao Irã, arqui-inimigo de Israel.

O Irã, de maioria xiita, e a Arábia Saudita, de maioria sunita, reataram suas relações diplomáticas em março de 2023 graças a um surpreendente acordo mediado pela China, após sete anos de ruptura.