ORIENTE MÉDIO

Bombardeio israelense mata 28 em escola de Gaza; conflito no Líbano se intensifica

Forças Armadas de Israel justificaram que ação no enclave palestino mirava unidade do Hamas

Palestinos em escola bombardeada - Eyad Baba/AFP

Vinte e oito pessoas morreram durante um bombardeio israelense contra uma escola em Deir el-Balah, na região central da Faixa de Gaza, nesta quinta-feira, enquanto as Forças Armadas do Estado judeu continuam a intensificar suas ações contra inimigos regionais. O Exército israelense justificou a ação como uma operação contra um posto de comando do Hamas, à medida em que os enfrentamentos com o grupo libanês Hezbollah continuam na fronteira norte.

O Crescente Vermelho Palestino, serviço equivalente à Cruz Vermelha, confirmou que ao menos 28 pessoas morreram e 54 ficaram feridas durante o bombardeio israelense na escola Rafida, em Deir al-Balah. O mesmo balanço foi apresentado pelo Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que o ataque lançado em Gaza tinha como alvo um grupo de combate que operava a partir de um centro de comando e controle "incorporado dentro de um complexo que anteriormente serviu como escola".

As Forças Armadas israelenses não especularam sobre o número de baixas no ataque, mas disseram que o centro de comando foi usado "para planejar e executar ataques terroristas contra as tropas" e o "Estado de Israel". Nos últimos dias, sirenes de alerta voltaram a tocar no sul do país, supostamente por causa de foguetes disparados pelo Hamas.

Após o bombardeio, o Ministério da Saúde de Gaza informou que o total de mortos no enclave desde o começo do conflito subiu para 42.065. A maior parte, argumentam, seria de mulheres e menores de idade. Algumas dessas vítimas foram mortas em ataques anteriores a escolas e outras estruturas civis — que Israel acusa o Hamas e outros grupos armados de Gaza a usar para suas operações, tendo a população civil como escudo.

Na frente norte, Israel também lançou ataques aéreos contra alvos do Hezbollah em Beirute e outras regiões do Líbano, na frente norte. Os subúrbio ao sul de Beirute, apontados como um reduto do movimento, voltaram a ser atingidos.

No sul do Líbano, na cidade de Derdghaiya, as equipes de resgate realizavam buscas nos escombros de um centro da Defesa Civil, após cinco integrantes de equipes de resgate morrerem em um ataque israelense.

Nos arredores de Tiro, perto da fronteira, uma nuvem de fumaça subiu após um bombardeio. Israel também intensificou os ataques à Síria, com o objetivo de cortar as rotas de abastecimento do Hezbollah.

Em contrapartida, o Hezbollah afirmou nesta quinta-feira ter destruído um tanque israelense, que avançava em direção à cidade de Ras al-Naqura, perto da fronteira.

Escreva a legenda aqui

Divergência entre aliados
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conversou por telefone na quarta-feira com o presidente dos EUA, Joe Biden. O principal tema da chamada foi a resposta de Israel ao ataque com mísseis lançado na semana passada pelo Irã, um aliado do Hezbollah e do Hamas.

Biden pediu a Netanyahu que “limitasse tanto quanto possível o impacto sobre os civis” no Líbano, informou a Casa Branca.

Netanyahu apelou esta semana aos libaneses para “libertarem” o seu país do Hezbollah, uma milícia que também é um partido com representação significativa no Parlamento.

O líder israelense alertou que o Líbano poderá cair “no abismo de uma longa guerra” com um nível de “destruição” semelhante ao de Gaza.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou que não deveria haver nenhum tipo de ação militar no Líbano que se parecesse com a de Gaza, ou que deixasse um resultado semelhante.

Prédio destruído após bombardeio israelense no sul de Beirute, capital do Líbano | foto: AFP