MÉDICO

Prefeitura de Nova Iguaçu exonera sócio de laboratório envolvido na contaminação em transplantes

Após interdição da Anvisa, prefeitura de Nova Iguaçu rompe contrato com PCS Lab

Doação de órgãos - Ministério da Saúde/Divulgação

A prefeitura de Nova Iguaçu afastou nesta sexta-feira o médico ginecologista Walter Vieira do cargo de presidente do Comitê Gestor de Vigilância e Análise do Óbito Materno Infantil e Fetal do município.

Walter é um dos sócios do laboratório PCS Saleme investigado pela contaminação de pelo menos seis pessoas por HIV após receberem órgãos transplantados no estado do Rio de Janeiro.

O médico é servidor da prefeitura de Nova Iguaçu e exercia o cargo no Comitê Gestor de Vigilância de maneira não remunerada. O laboratório foi interditado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A secretaria municipal de Saúde informou que em fevereiro deste ano o contrato com a empresa PCS Laboratório Saleme foi encerrado e que o serviço passou a ser administrado pelas OSs responsáveis pela rede de atenção básica do município.

Já o contrato entre o PCS e a OS foi encerrado nesta quinta-feira (11), assim que a pasta recebeu a notificação sobre a interdição cautelar feita pela Anvisa.

A Semus disse ainda que vai abrir sindicância contra a clínica e ressaltou que qualquer paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) que tenha feito algum exame no PCS Saleme pode voltar à unidade de saúde que solicitou o teste para requisitá-lo novamente.

Até o momento, não há registro de pacientes contestando resultados de exames.

Segundo a Prefeitura, para evitar a interrupção do serviço prestado aos pacientes que estão com exames agendados, um novo laboratório está sendo contratado emergencialmente.

Entenda o caso:
Entre os transplantes feitos estão os de rins, fígado e coração. A notificação do primeiro caso foi feita no dia 10 de setembro, segundo divulgou a rádio Bandnews FM nesta sexta-feira.

O exame para HIV de dois doadores havia dado negativo na época da morte, mas eles eram soro positivo.

O paciente que recebeu um coração apresentou sintomas e reações nove meses depois. Após fazer inúmeros exames, ele testou positivo para o vírus HIV. Outros doadores estão sendo testados pelo Hemorio para saber se há mais casos registrados.

O transplante de um órgão no Brasil começa no atestado de morte encefálica, seguida pelo contato com a família e, depois, análise clínica do doador, com exames para verificar se o órgão está saudável. O erro aconteceu porque os testes para constatar doenças deram negativo, e a doação seguiu.