BOLÍVIA

Seis detidos por bloqueio de estradas para evitar prisão de Evo Morales

À frente dos bloqueios está o Pacto de Unidade, uma aliança de organizações sindicais aliadas ao ex-presidente de 64 anos

Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales - Juan Mabromata/AFP

Pelo menos seis pessoas foram detidas na Bolívia nesta segunda-feira (14) durante o primeiro dia de bloqueios de estradas por camponeses que protestam para evitar a provável prisão de seu líder, o ex-presidente Evo Morales, confirmou à AFP uma fonte policial.

Os incidentes ocorreram na localidade de Parotani, na importante via que liga as cidades de La Paz e Cochabamba (centro), onde lavradores tentaram interromper o tráfego.

De acordo com um porta-voz da polícia, Parotani "é o ponto de bloqueio com mais conflito", enquanto o protesto continua em outras duas estradas que ligam Cochabamba a Santa Cruz (leste) e Cochabamba a Sucre (sudeste).

Desde esta manhã, apoiadores de Morales bloquearam a estrada e enfrentaram com pedras a polícia, que os dispersou com gás lacrimogêneo.

Meios de comunicação locais informaram que cinco homens e uma mulher foram levados para uma delegacia em Sipe Sipe, Cochabamba, para que o Ministério Público decida sua situação.

Ponciano Santos, secretário da Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia, alertou que os protestos continuarão.

À frente dos bloqueios está o Pacto de Unidade, uma aliança de organizações sindicais aliadas ao ex-presidente de 64 anos, que se mobilizou "para proteger a liberdade, integridade e [evitar] o sequestro" de Morales, conforme anunciado em um manifesto.

Morales pode ser preso depois de se recusar a depor perante o Ministério Público na quinta-feira, em uma investigação sobre a suposta exploração sexual de uma menor, ocorrida enquanto ele era presidente em 2015.