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O futuro da influência digital: humanos ou virtuais?

A ascensão dos influenciadores virtuais trouxe uma nova dinâmica ao marketing digital e segundo uma pesquisa da HypeAuditor, esses influencers estão superando os humanos em taxa de engajamento, com rate impressionante de 6,5%, quase seis vezes maior do que as personalidades humanas de mesmo nível, o que levanta questões sobre o futuro da influência digital. Com empresas investindo cada vez mais nesses personagens virtuais, será que estamos caminhando para uma substituição dos influenciadores humanos?

Um dos principais argumentos em favor desses personagens digitais é a sua versatilidade, afinal, eles podem ser programados para interagir com o público em qualquer hora do dia, sem as limitações físicas e emocionais que afetam os humanos. Além disso, essas personas são isentas de polêmicas pessoais, o que reduz o risco para as marcas, que buscam cada vez mais estabilidade em suas campanhas.

No entanto, a autenticidade ainda é uma moeda valiosa no mundo da influência digital, uma vez que os seguidores valorizam a conexão emocional que estabelecem com influenciadores humanos, algo que os algoritmos e linhas de código não conseguem replicar plenamente. A confiança construída por histórias reais, imperfeições e experiências pessoais é o que diferencia os humanos nesse cenário competitivo.

Outro ponto de discussão é a ética por trás da criação de influenciadores virtuais. Esses personagens são desenhados para atrair e engajar, muitas vezes sem transparência quanto à sua artificialidade. Isso pode gerar um efeito negativo, confundindo o público e questionando os limites da manipulação digital. É necessário que o mercado se regule para evitar abusos no uso dessa tecnologia.

Apesar dos avanços dos influencers virtuais, ainda é cedo para prever uma substituição completa dos humanos. O que parece mais provável é uma coexistência entre ambos, onde as marcas utilizem diferentes abordagens para atingir diversos públicos e objetivos. Enquanto os virtuais trazem inovação e segurança, os humanos oferecem autenticidade e empatia.

Os influenciadores virtuais são uma tendência que não pode ser ignorada, mas ainda não são capazes de superar completamente a presença humana no marketing digital. Cabe às marcas e ao público encontrar um equilíbrio saudável entre inovação tecnológica e a necessidade de conexão humana.


* Diretor de Receita da P3, plataforma de gestão de pagamentos.

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