Imóveis

Caixa apresenta às construtoras alternativa de financiamento com recursos livres

Superintendentes da instituição estiveram na sede da Ademi-PE na última terça-feira (15)

Superintendentes da Caixa se reúnem na Ademi-PE para discutir a redução do teto de concessão de crédito para financiamento de imóveis. - Foto: Juana Carvalho/Folha de Pernambuco

Redução do valor de crédito concedido para financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão de reais pela Caixa Econômica Federal (CEF) foi pauta da reunião da Ademi-PE, nesta terça-feira (15). A renovação do teto de concessão terá uma queda de 80% para 70% para os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e pelas condições do Sistema de Amortização Constante (SAC), que possui parcelas maiores no início e sofre diminuição no fim. Mudança começa a vigorar no dia 1 de novembro. 

Em termos práticos, a mudança significa que, para adquirir o imóvel com financiamento da Caixa, o cliente precisará dar uma entrada maior. O aporte para o financiamento da casa própria desce ainda mais quando direcionados para a tabela price, onde os pagamentos são feitos igualmente até o fim da liquidação, que antes operava com 70% do valor total garantido e com a decisão, cai para 50%. 

Estiveram presentes para discutir a atualização e demais novidades da agência para o setor imobiliário, os superintendentes de habitação, João Victor de Oliveira, e executivo, Bruno Montanha. 

Impacto 
O novo quadro de concessão do valor foi esmiuçado para o setor imobiliário de Pernambuco, na sede da Associação. Entretanto, as mudanças relativas ao recuo não atingem diretamente as construtoras, já que, a queda do valor ofertado só será aplicada para contratos de aquisição de imóveis individuais, adquiridos por pessoa física.

“Hoje a recepção do empresariado com as notícias foi de certa forma esperada, tendo em vista que com a expectativa de aumento da taxa de juros, é natural que a caixa reduza as ofertas do cardápio, vamos dizer assim. Isso já foi feito em outros anos”, afirmou o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões.

De acordo com João Victor de Oliveira, os benefícios que já estão contratados e os que estão em vias de contratação, não serão impactados por essas mudanças. Segundo o superintendente, as modalidades atingidas serão: TR, IPCA, poupança e taxa fixa. 

A Caixa também destaca que a alteração nas cotas de financiamento e o teto do valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco. Para esses casos, as condições vigentes são mantidas.

Durante o encontro, o representante de habitação ainda explicou que ainda houve uma resistência relativa à mudança. Ele destacou que o primeiro movimento uma retração do teto já a partir da próxima segunda-feira (21), porém, o prazo foi estendido para novembro. 

No anúncio da alteração, a Caixa destacou que a decisão não possui data de validade, por isso, pode ser permanente. Por outro lado, o superintendente afirmou que o “pleito continua para que isso seja postergado ou até não aplicado até o prazo final”.

Causa
O recuo do valor concedido no momento do empréstimo para adquirir a casa própria é ocasionado pelo mercado imobiliário, aquecendo de forma crescente de forma simultânea a um grande volume de saques de caderneta de poupanças, que chegaram a R$ 7,1 bilhões em setembro deste ano. 

A retirada desses fundos ocasiona a escassez de recursos oferecidos para esse fim, já que é a principal origem dos valores destinados aos financiamentos da casa própria.

“A caixa está buscando uma solução para que a gente não tenha a descontinuidade dos financiamentos, ajustando as regras para que a gente consiga conceder para todos os clientes o sonho da casa própria e da moradia digna”, afirmou João Victor.

Alternativa de financiamento 
No movimento de tentar contornar a limitação ocasionada pela redução de concessão ao crédito, a Caixa Econômica Federal também lançou a nova alternativa de financiamento, dessa vez, com recursos livres. Isso significa que, o empréstimo terá as taxas de juros livremente impostas pela agência. No caso, 0,71% em cima do valor total do financiamento. 

“Enxerguem recursos livres com o esforço da caixa adicional para trazer uma nova alternativa de financiamento que complementa aí o FGTS e o SBPE”, afirmou o superintendente executivo da instituição, Bruno Montanha. 

Para Bruno, o novo modelo também vem para responder à alta demanda do mercado, que tem se mostrado agitado para a CEF, responsável por 70% dos financiamentos imobiliários no País e com uma carteira de clientes robusta.