RIO DE JANEIRO

Justiça mantém prisão de sócio de laboratório que emitiu laudo equivocado em órgãos contaminados

Walter Vieira estava com prisão temporária de cinco dias. Ele passou por audiência de custódia nesta quarta-feira

Emissão de laudos errados que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV - Fernando Frazão/Agência Brasil

Casado com a tia do deputado federal e ex-secretário estadual de saúde Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho (PP), o ginecologista Walter Vieira teve a prisão temporária mantida durante a audiência de custódia, realizada nesta terça-feira, em Benfica, na Zona Norte do Rio.

Walter é um dos sócios do Laboratório de Patologia Clínica Dr. Saleme Ltda, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A unidade é investigada pela polícia por emitir um laudo errado que permitiu a contaminação, por vírus HIV, de seis pessoas que receberam órgãos transplantados.

Outros dois dos envolvidos no caso e que estão presos, Ivanílson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Barcellar de Assis, ainda não passaram por uma audiência de custódia, segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Alvo de um dos quatro mandados de prisão da Operação Verum, deflagrada pela Polícia Civil na última segunda-feira, Jacqueline se apresentou no início da tarde de terça-feira e também está atrás das grades. 

Além dela, outros três investigados estão presos. São eles Walter Vieira, apontado pela Polícia Civil do Rio como sócio do laboratório,  Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos. Este último foi preso, nesta quarta-feira, ao chegar de uma viagem, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do governador.

O laboratório de Patologia Clínica Dr. Saleme era responsável pelos exames de análises clínicas na Central Estadual de Transplantes. A empresa também atuava por contrato em ao menos outras 12 unidades de saúde estaduais, como hospitais, institutos, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e centros especializados.