Ex de blogueiro foragido na Espanha teria dito à PF que ele "preferiu Bolsonaro ao casamento"
Oswaldo Eustáquio é alvo de três investigações e mandados de prisão após acusações de promover ataques às instituições e propagar desinformação
A ex-mulher do jornalista e blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, Sandra Terena, prestou um depoimento de três horas e meia à Polícia Federal (PF) na terça-feira.
Durante o interrogatório, os investigadores teriam a questionado sobre o relacionamento do casal, postagens nas redes sociais e o paradeiro do celular da filha, por onde Eustáquio estava realizando publicações.
Alvo de três investigações e mandados de prisão, o blogueiro brasileiro, que se encontra foragido na Espanha, é acusado de promover ataques às instituições e propagar fake news.
O depoimento de Sandra está ligado ao inquérito que apura ameaças contra policiais federais e o envolvimento de menores em atividades ilícitas, com suspeitas de que o casal utilizava as redes sociais da filha de 16 anos para atacar a Polícia Federal (PF).
Conforme noticiado pela CNN, a ex do blogueiro afirmou aos investigadores que Eustáquio era o responsável pelas postagens na conta da adolescente, já que suas próprias redes estavam bloqueadas.
Segundo a reportagem, Sandra revelou aos investigadores que Eustáquio "optou por defender Jair Bolsonaro e a direita ao casamento" após a derrota do ex-presidente nas eleições de 2022. O depoimento foi colhido poucas horas antes de o ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF), Alexandre de Moraes, ordenar a extradição de Eustáquio.
Quem é Oswaldo Eustáquio?
O blogueiro ficou conhecido por sua forte presença nas redes sociais, especialmente entre os apoiadores de Bolsonaro. Ele ganhou notoriedade ao defender posicionamentos antidemocráticos e atacar instituições, além de disseminar informações falsas sobre adversários políticos. Eustáquio já enfrentou diversas prisões e atualmente está sob investigação pelo Supremo em virtude de suas atividades.
O foragido trabalhou como assessor da então ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves. Sandra, que se declara uma mulher indígena, também ocupava um cargo oficial nesse ministério, como secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Ele é investigado desde 2020. Após as eleições de 2022, Eustáquio se tornou um dos principais propagadores da narrativa de que as eleições foram fraudadas. Em dezembro do mesmo ano, ele fugiu do Brasil, passando pelo Paraguai e pela Inglaterra, antes de se estabelecer na Espanha no ano passado.
Recentemente, a Polícia Federal enviou ao STF um relatório solicitando a extradição de Eustáquio, e Moraes encaminhou o pedido ao Ministério da Justiça.