TRUE CRIME

"Maníaco do Parque": filme sobre serial killer brasileiro estreia no Prime Video

Silvero Pereira interpreta Francisco de Assis, preso e condenado por atacar 21 mulheres e assassinar dez delas em 1998

"Maníaco do Parque" estreia nesta sexta-feira (18) - Marcio Nunes/Prime Video

“Maníaco do Parque”, que estreia nesta sexta-feira (18) no Prime Video, é mais um representante da onda do gênero true crime que invade a produção audiovisual no mundo todo. Depois de Ted Bundy, Jeffrey Dahmer e tantos outros criminosos serem retratados em filmes e séries, a história de um dos mais temidos serial killers brasileiros ganha o mesmo destino.



Em 1998, o motoboy Francisco de Assis Pereira foi preso e condenado por atacar 21 mulheres e assassinar dez delas. Os crimes ocorreram no Parque do Estado, em São Paulo, onde os corpos das vítimas eram escondidos, o que rendeu ao assassino o codinome de Maníaco do Parque.

Protagonista
Coube ao cearense Silvero Pereira encarnar o criminoso, que pode vir a ser solto em 2028, quando atingirá 30 anos de reclusão, a pena máxima prevista no País. Na caracterização, o ator ganhou prótese dentária e até sardas no rosto. Esse processo, que costumava durar mais de duas horas, no entanto, não foi a parte mais difícil para o ator.



“O maior desafio tem muito a ver com o fato de ser alguém real e o respeito com as pessoas que conviveram com essa história, principalmente as famílias das vítimas que passaram por essa tragédia horrorosa que devastou suas vidas”, apontou o ator, em entrevista à Folha de Pernambuco, durante a pré-estreia do longa no Recife.

“Enquanto amante do true crime, sei que a gente busca uma identificação do ator com o personagem que está sendo retratado. Outro desafio foi buscar esse maneirismo, o comportamento, a fala e as personalidades que ele desenvolvia, até porque são três personagens em um só: o Francisco de Assis, o Chico Estrela e o Maníaco do Parque, três figuras que, de alguma maneira, ele executava no dia a dia, no hobby e nas violências que ele realizava”, complementou.

Sensacionalismo
Os crimes do Maníaco do Parque ganharam forte atenção midiática, gerando forte temor em São Paulo no final dos anos 1990. Elena, personagem fictícia interpretada por Giovanna Grigio, leva à trama a discussão sobre a maneira sensacionalista com a qual a imprensa lidou com o caso na época.

Repórter iniciante, Elena é a primeira a noticiar os horrores cometidos pelo psicopata, dando a ele o apelido com o qual passaria a ser conhecido. Vendo no assunto uma forma de crescer na carreira, ela passa a investigá-lo com profundidade, mas esbarra no machismo que impera dentro e fora da redação do jornal.

“Nosso filme fala sobre violência de gênero, feminicídio que vira estatística e como a mídia lida com casos assim, muito espetacularizados. Estamos tão acostumados a ver situações criminais todos os dias, que acabamos desumanizando essas vítimas. São pessoas que têm histórias, perderam suas vidas, famílias que perderam seus amores”, afirmou Giovanna.

Distanciamento
Para Silvero, o distanciamento temporal entre os fatos e a realização do filme foi fundamental para que a produção conseguisse retratar caso com a sensibilidade necessária.

 
 
 
 
 
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“Se essa obra fosse produzida na década de 1990, assim que aconteceu o caso, a gente cairia em questões machistas e misóginas da época. Não significa que isso acabou na nossa sociedade, mas contar essa história hoje nos possibilita trazer o ponto de vista da mulher, contribuindo ainda mais para uma reparação com as vítimas e os seus familiares”, ressaltou.

Produzido pela Santa Rita Filmes, o longa tem na direção alguém já experiente em levar crimes reais às telas. Mauricio Eça dirigiu, em 2021, “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais”, sobre Suzane Von Richthofen e Daniel Cravinhos. Já o roteiro é assinado por L.G. Bayão.