BASTIDORES

Sucessão na Presidência da Câmara. Deputado Hugo Motta já age como candidato de Lula. Entenda

Sucessão na Presidência da Câmara. Em jantar na quarta-feira passada com deputados petistas, Hugo prometeu que o PT terá espaço na Casa e que se eleito vai colaborar com a governabilidade.

Sucessão na Presidência da Câmara. Hugo Motta teria as bençãos do Planalto - Agência Brasil/EBC/Divulgação

Para não contrariar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-LA), o presidente Lula (PT) disse, ontem, que não vai interferir na sucessão da Mesa Diretora da Casa, mas, nos bastidores, o que se ouve em Brasília é que o candidato do Governo é o paraibano Hugo Motta (Republicanos), que já age como postulante que tem as bençãos do Planalto.

Em jantar na quarta-feira passada com deputados petistas, Hugo prometeu que o PT terá espaço na Casa e que — se eleito — vai colaborar com a governabilidade e manter um "ambiente institucional civilizado". Motta é, também, o nome defendido pelo atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), embora não tenha havido, ainda, um anúncio oficial desse apoio.

De outro lado, estão Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA). Embora mantenham candidaturas separadas, ambos decidiram se juntar em um eventual segundo turno desde que Elmar se sentiu traído por Lira, de quem acreditava que teria apoio. Os dois lados tentam apoio do PT, cuja federação com PV e PCdoB reúne 81 deputados. A eleição será em fevereiro de 2025.

Estavam presentes pouco mais de dez parlamentares. O encontro aconteceu na casa do deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA). Segundo participantes, foi a oportunidade de ouvir a análise de Motta sobre o atual cenário. Segundo participantes do encontro, Motta teria dito que quer reeditar o "blocão" que elegeu o presidente da Câmara.

O grupo reuniu quase todos os partidos da Câmara, do PT ao PL. Mas o cenário atual, com um Centrão rachado e pré-candidatos do PSD e do União Brasil, praticamente inviabiliza uma candidatura consensual como a de Lira. Motta também reafirmou a promessa de entregar ao PT a primeira secretaria da Câmara, uma espécie de "prefeitura" da Câmara, responsável pelo gerenciamento das despesas da Casa e por aprovar obras e reformas, por exemplo.