GUERRA NA UCRÂNIA

Sob ordem de prisão, Putin anuncia que não irá à cúpula do G20 no Brasil em novembro

TPI emitiu um mandado de prisão contra ele por supostamente deportar crianças ilegalmente desde que as forças de seu país começaram a ofensiva na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin - Gavriil Grigorov / POOL / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, sob uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) relacionada à guerra na Ucrânia, disse, nesta sexta-feira (18), que não participará da Cúpula do G20 no Brasil em 18 e 19 de novembro para não "perturbá-la".

"Entendemos perfeitamente que, incluindo ou excluindo o fator TPI, toda a discussão será apenas sobre isso. E isso perturbaria o trabalho do G20. Para quê? Somos adultos!", declarou o presidente russo durante um encontro com jornalistas estrangeiros.

Em março de 2023, o TPI emitiu um mandado de prisão contra ele por supostamente deportar crianças ilegalmente desde que as forças de seu país começaram a ofensiva na Ucrânia em 2022.

Os países-membros do TPI, como o Brasil, são teoricamente obrigados a prendê-lo se ele entrar em seus territórios.

No entanto, no início de setembro, Putin foi recebido na Mongólia, também membro do TPI, sem ser preso. O tribunal com sede em Haia lembrou que seus países-membros têm a “obrigação” de prender pessoas sujeitas a um mandado de prisão. Na prática, entretanto, o TPI não tem força coercitiva própria.

O Kremlin, que não reconhece o TPI, sempre rejeitou com firmeza as acusações do tribunal contra o presidente russo.

Entretanto, desde que o TPI emitiu o mandado de prisão, Putin tem evitado algumas viagens ao exterior. Entre outras, ele não foi à cúpula do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] na África do Sul em agosto de 2023 e depois à cúpula do G20 na Índia em setembro do mesmo ano.