Brics

Após acidente de Lula, chanceler Mauro Vieira chefiará delegação brasileira na cúpula do Brics

Ministro conversou com presidente neste domingo no Palácio da Alvorada

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, irá comandar a delegação brasileira que participará da Cúpula dos Brics na Rússia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofrer um acidente doméstico no sábado.

O grupo embarca na noite deste domingo para Kazan para participar do evento que ocorre de 22 a 24 de outubro.

Vieira foi até o Palácio da Alvorada neste domingo conversar com Lula sobre o novo formato da participação do Brasil na cúpula. De acordo com o Palácio do Planalto, Lula irá participar da Cúpula dos Brics por meio de videoconferência.

Além de Mauro Vieira, Lula está conversando neste domingo com ministros que outros ministros que iriam acompanhá-lo na Cúpula dos Brics para reajustar sua participação, entre eles Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). Silveira também não irá mais à cúpula.

Lula sofreu uma queda no banheiro do Palácio do Alvorada nesse sábado. De acordo com relatos, ele estava sentado em um banco que escorregou.

Em seguida, Lula caiu e bateu a cabeça, machucando a parte de trás da cabeça, onde precisou levar cinco pontos e, por recomendação médica, não irá mais à Rússia.

Cúpula dos Bris
A Cúpula do Brics, inicialmente formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, inclui também, desde o ano passado, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia.

Com o ingresso de nações com regimes antidemocráticos, e mais de 30 outros candidatos a fazer parte do clube, como Venezuela e Nicarágua, Lula iria aproveitar a viagem para recorrer ao pragmatismo e levar na mala a defesa de dois pontos considerados prioritários em sua política externa.

São eles a reforma da governança global, com destaque para o Conselho de Segurança da ONU, e a busca de formas de os países do bloco dependerem menos do dólar nas transações comerciais e de organismos multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

O Brasil assumirá a presidência do Brics em janeiro de 2025, mas concentrará suas atividades no bloco no primeiro semestre.

Na última parte do ano, o foco será a COP 30, conferência mundial sobre o clima, sediada em Belém (PA).

Agora por videoconferência, a ideia é que Lula possa argumentar que haverá resultados concretos, como aconteceu em 2014, na cúpula realizada em Fortaleza (CE), com a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, sigla em inglês), ou Banco do Brics.

A instituição, até hoje, já emprestou mais de US$ 32 bilhões (18% ao Brasil), sobretudo em infraestrutura, com uma forte pegada de sustentabilidade e "funding" formado basicamente no mercado de capitais, principalmente o chinês.