GUERRA

Viúva de Navalny quer ser candidata em eleições russas quando Putin não estiver mais no poder

Dias antes da publicação póstuma das memórias de seu marido, a opositora de 48 anos também denunciou como uma "afronta" a fraqueza das reações internacionais ao anúncio da morte de Navalny

Yulia Navalnaya, viúva do líder da oposição do Kremlin Alexei Navalny, que morreu em 16 de fevereiro em uma prisão russa - Frederick Florin / AFP

Yulia Navalnaya, viúva do líder opositor russo Alexei Navalny, disse, nesta segunda-feira (21), em uma entrevista à BBC, que voltaria à Rússia e "participaria das eleições" quando o regime de Vladimir Putin cair.

Dias antes da publicação póstuma das memórias de seu marido, a opositora de 48 anos também denunciou como uma "afronta" a fraqueza das reações internacionais ao anúncio da morte de Navalny, morto em fevereiro de 2024 em uma prisão do Ártico.

Vladimir Putin é "meu oponente político, estou fazendo e farei tudo o que estiver ao meu alcance para derrubar seu regime o quanto antes", afirmou na entrevista, disponível no site da BBC.

"Quero viver na Rússia. Nasci em Moscou, meus filhos também... É muito importante voltar. É impossível, é claro, enquanto Putin estiver no poder, mas espero que algum dia seu regime caia e não volte", disse Navalnaya.

"Se voltar à Rússia, participarei das eleições como candidata", continuou a opositora.

Segundo ela, o presidente russo deve "responder pela morte e pelo assassinato" de seu marido, e sua fundação anticorrupção tem "evidências" que serão reveladas uma vez que se reconstrua "o panorama completo" do falecimento.

"Acredito que não houve uma resposta (internacional) à morte de Alexei. Certamente, houve sanções contra alguns guardas de sua prisão no Ártico, mas me parece que é uma espécie de afronta à sua memória", lamentou a opositora.

Navalnaya pediu sanções diretas contra "Putin, seu séquito", e contra o atual governo russo.

No domingo, Yulia Navalnaya disse ao Sunday Times que deseja o fim político de Vladimir Putin, com a esperança de que "passe de uma espécie de czar russo para um prisioneiro comum", preso como seu marido em condições muito difíceis.