VIOLÊNCIA

Assassino confesso de Anic Herdy dá detalhes sobre a morte da advogada, durante reprodução simulada

Lourival Fatica refez o passo a passo do dia do crime; após ser vendada, vítima foi estrangulada com um lacre, após ser algemada e receber um soco no pescoço

Advogada e estudante de psicologia Anic Herdy - Reprodução/Redes Sociais

A advogada e estudante de psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, estava com os olhos vendados quando começou a ser assassinada em um motel, na tarde do dia 29 de fevereiro de 2024, em Itaipava, distrito de Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

A versão foi contada pelo técnico de informática Lourival Correa Netto Fatica, assassino confesso de Anic, durante a reprodução simulada do crime, ocorrida nesta quarta-feira.

Demonstrando calma e frieza, Lourival contou com detalhes como a morte da advogada aconteceu. Segundo a revelação feita para policiais, peritos e advogados, que acompanharam a segunda fase da simulação, ocorrida na suíte de um motel, Anic estava com a venda nos olhos, e uma algema em um dos pulsos, quando o técnico de informática se aproximou e a segurou pelos cabelos.

Ainda, segundo a versão apresentada por Lourival, ele puxou a cabeça da vítima para trás e deu um soco no pescoço da advogada. A vítima, então, caiu no chão sangrando.

Lourival colocou Anic de bruços na cama e aproveitou o momento para descer até a garagem da suíte, onde pegou um fitilho de plástico. O fio, do mesmo tipo dos que são usados em lacres, foi enrolado no pescoço da vítima e apertado. Segundo a polícia, Lourival alegou ter feito isso para tentar estancar o sangramento do corpo da vítima.

Ao apertar o pescoço de Anic com o fitilho, Lourival pode ter causado a asfixia mecânica, causa da morte da advogada, apontada em um exame cadavérico feito por peritos do Instituto Médico Legal. Toda sequência de fatos narrados por Lourival foram fotografados. Uma policial civil representou Anic durante todas as fases da reprodução simulada.

Investigação
Segundo a delegada Cristiana Onorato, responsável pela investigação do caso, a versão apresentada pelo técnico de informática ainda precisa ser confirmada no laudo pericial da reprodução simulada, que será concluído em até 30 dias por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).

Pela manhã, os agentes também acompanharam Lourival no Centro de Petrópolis, quando ele mostrou o ponto exato onde Anic entrou no seu carro, após sair de um shopping. Já a terceira fase da reprodução simulada acontece na casa onde Lourival morava, em Teresópolis, para onde o corpo da vítima foi levado e enterrado.

No dia 25 de setembro, policiais encontraram o corpo de Anic, horas após a confissão do crime na 2ª Vara Criminal de Petrópolis. Na ocasião, Lourival contou onde havia sepultado a vítima.

O cadáver estava com uma algema em um dos pulsos e uma aliança com a inscrição do nome de Benjamim, marido da advogada. Também foram encontrados um lençol com manchas de sangue, uma jaqueta de Anic, uma peça íntima e uma venda, além de um protetor de colchão que teria sido retirado do motel onde o crime ocorreu.

Segundo as investigações, após Anic entrar em seu carro, no dia 29 de fevereiro, ele e a vítima foram para o motel, em Itaipava, onde segundo versão de Lourival, o crime teria acontecido. Mais de oito horas depois, Benjamim Cordeiro Herdy, marido de Anic, recebeu uma mensagem em seu telefone. O texto dizia que uma pessoa estava com a advogada em seu poder e exigia uma quantia de R$ 4,6 milhões para que a estudante fosse liberta.

O resgate foi depositado em 40 contas de doleiros, indicadas por Lourival. No dia 11 de março, o restante do dinheiro exigido foi entregue, mas Anic jamais voltou para casa.