NEGÓCIOS

McDonald's tenta conter as consequências de contaminação nos EUA

Dezenas de pessoas foram infectadas com a bactéria E.coli depois de comerem um dos sanduíches da rede de fast-food. As ações caem quase 5%

Rede de fast food tem cerca de 40 mil restaurantes em todo o mundo - Kenzo Tribouillard/AFP

O McDonald's está tentando conter as consequências de um grave surto de E. coli que parece estar ligado às cebolas fatiadas em seus populares sanduíches "Quarterão".

Ontem, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC na sigla em inglês) anunciaram uma investigação sobre uma série de doenças em 10 estados, ocorridas entre 27 de setembro e 11 de outubro. As doenças afetaram dezenas de pessoas, resultando em uma morte e 10 hospitalizações.

A investigação fez com que as ações da rede de hambúrgueres caíssem 5%, enquanto os investidores tentam determinar quão ampla será a repercussão da crise nos negócios. Hoje, a empresa informou que retirou os hambúrgueres de um quinto de seus mais de 13.000 restaurantes nos EUA e que pode levar semanas para que os itens retornem aos cardápios.

A empresa vende um milhão de Quarterões nos EUA em um período típico de duas semanas, tornando-se um dos produtos mais vendidos da rede.

As ações da rede caíam 4,8% em Nova York, depois de recuarem 7% ontem.

Contenção
O McDonald's afirmou que ainda é cedo para determinar o impacto do surto nas vendas e que está trabalhando ativamente com os CDCs e outras agências governamentais para identificar a fonte das doenças e garantir aos clientes que é seguro comer em seus restaurantes. A rede de fast-food acredita que a contaminação provém de um fornecedor, e não de problemas de preparação de alimentos em seus restaurantes.

Os CDCs alertaram que o verdadeiro número de pessoas infectadas pode aumentar nas próximas semanas à medida que a investigação sobre a fonte de E. coli avança. As bactérias causam infecções no corpo e podem ser transmitidas por alimentos contaminados, como carne crua ou mal cozida, além de frutas e vegetais. O número de casos também pode continuar a crescer porque leva de três a quatro semanas para determinar se uma pessoa doente faz parte de um surto, informou a agência.

“Parte do problema em detectar um surto é que você está apenas vendo a ponta do iceberg ao contar os casos”, disse Bill Marler, um advogado especializado em segurança alimentar com sede em Seattle, que afirmou que o número de infecções poderia subir de 50 para pelo menos 500. “Provavelmente, ainda não vimos o fim das doenças.”

O McDonald's disse que foi notificado originalmente sobre o problema por agências governamentais no final da semana passada. Após o aviso feito ontem pelos CDCs, que tornou o problema público, o McDonald's se comprometeu a tomar “ações rápidas e decisivas”.

Não ficou claro quando a empresa decidiu retirar os hambúrgueres dos restaurantes ou quando a rede comunicou o problema a seus franqueados.

Um restaurante no Colorado, contatado pela Bloomberg, disse que foi alertado no domingo para parar de servir produtos que incluíam cebolas fatiadas, enquanto outros afirmaram que foram informados sobre o problema ontem. Hoje, os hambúrgueres desapareceram de alguns aplicativos de entrega em vários estados.

O McDonald's afirmou que as cebolas provavelmente são as responsáveis, mas a empresa não descartou a carne bovina como uma possível fonte de contaminação. Enquanto as cebolas suspeitas vêm de um único fornecedor, os hambúrgueres são originados de múltiplos fornecedores e são cozidos nos restaurantes, disse a empresa.