Kamala considera Trump um fascista 'cada vez mais desequilibrado'
Os candidatos elevaram o tom a 13 dias das eleições, quando aparecem empatados nas pesquisas de opinião
A candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse nesta quarta-feira (23) que considera seu adversário, Donald Trump, um fascista, e que ele está "cada vez mais desequilibrado", depois que um ex-colaborador do candidato republicano afirmou que ele elogiou Adolf Hitler.
Os candidatos elevaram o tom a 13 dias das eleições, quando aparecem empatados nas pesquisas de opinião.
"Você acha que Donald Trump é um fascista?" perguntou um jornalista durante um especial da rede de TV CNN. A vice-presidente respondeu: "Acho que sim."
Horas antes, Kamala havia atacado duramente Trump, depois que o ex-general dos Marines John Kelly confirmou que o magnata se enquadra na definição de fascista. Segundo o ex-militar, “ele comentou mais de uma vez: ‘Sabe, Hitler também fez algumas coisas boas’”.
"É profundamente preocupante e incrivelmente perigoso que Donald Trump invoque Adolf Hitler, o homem que foi responsável pela morte de 6 milhões de judeus e de centenas de milhares de americanos", disse Kamala. O ex-presidente "está cada vez mais desequilibrado e instável. Em um segundo mandato, pessoas como John Kelly não estariam lá para serem as salvaguardas contra suas tendências e ações", ressaltou, afirmando que o republicano quer "um poder sem controle", com "um exército que seja leal a ele", e não à Constituição.
Kamala, que foi procuradora, fará suas "alegações finais" contra Trump na próxima terça-feira, em Washington, no mesmo local onde o ex-presidente incentivou seus apoiadores antes do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, informou um diretor de sua campanha.
'Desesperada'
A equipe de Trump contra-atacou: Kamala "está cada vez mais desesperada, cambaleante, e sua campanha está em ruínas".
"Por isso, ela continua espalhando mentiras e falsidades descaradas que são fáceis de refutar", disse o porta-voz Steven Cheung em comunicado. Mas a Casa Branca se manteve firme em seu apoio a Kelly e Kamala.
Trump fez campanha em outro estado-chave, a Geórgia, onde repetiu sua retórica anti-imigrante, citando casos de crimes juvenis atribuídos a imigrantes e queixando-se do número de estrangeiros em situação irregular que chegam às cidades americanas.
"Eles têm que ir embora. Sinto muito. Ninguém pode sobreviver" com essa quantidade de imigrantes, disse Trump em um comício, voltando a prometer que, para acelerar as expulsões dos grupos criminosos Trem de Aragua e MS-13, invocará uma lei de 1798.
Cerca de 26 milhões de americanos já votaram antecipadamente por correio ou presencialmente nas eleições presidenciais, que estão bastante acirradas e demonstram um empate técnico.
Kamala participará amanhã em Atlanta, Geórgia, do seu primeiro ato de campanha com o ex-presidente Barack Obama, e contará com o cantor de rock Bruce Springsteen. No sábado, fará campanha com Michelle Obama, no Michigan.