INSEGURANÇA

Rio de Janeiro: saiba a diferença entre Complexo de Israel e a facção Povo de Israel

Operação no Complexo de Israel causou confronto entre Polícia Militar e criminosos, fechou a Avenida Brasil e deixou um morto e cinco feridos

Tiroteio na Av. Brasil, no Rio de Janeiro - X/reprodução

A manhã desta quinta-feira (24) foi marcada por um confronto entre policiais e criminosos na região do Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio.

Durante o tiroteio, um homem morreu e outros cinco ficaram feridos. Apesar de também levar o nome de Israel, o complexo e a facção, que foi alvo de operação no início da semana, não possuem nenhuma relação. Entenda a diferença.

O que é o Complexo de Israel?
O Complexo de Israel é uma região que engloba várias comunidades da Zona Norte dominadas pela facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).

O local é chefiado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão. Considerado um dos criminosos mais procurados do Rio, ele possui uma extensa ficha policial, com mais de 35 anotações criminais.

De acordo com as investigações, Peixão costuma punir com a morte seus inimigos ou quem ousa contrariá-lo. Para dificultar as investigações, ele chegou a sumir com os corpos de algumas de suas vítimas. Em 2019, um inquérito da 22ª DP (Penha) concluiu que o traficante foi o responsável por ordenar o sequestro de oito jovens. Todos teriam sido executados, mas seus restos mortais jamais foram encontrados.

Facção Povo de Israel
Já a organização criminosa denominada Povo de Israel é uma facção que se estabeleceu nos presídios fluminenses há pelo menos duas décadas e não controlam territórios do lado de fora.
 

 
 
 
 
 
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Um relatório de inteligência da Seap afirma que a organização criminosa tem intensificado o processo de cooptação de presos, inclusive de outros estados, além de estar ampliando seus negócios.

Eles começaram a investir o dinheiro das extorsões na compra e no envio de grandes remessas de drogas para vários presídios do Rio. A organização tem “representantes” em 13 unidades do sistema, denominadas por eles de “aldeias”.

 

Embora os presídios sejam o lugar onde esses presos cometem seus crimes, o PVI tem uma estrutura semelhante à de outras facções, com liderança central e representantes em cada unidade penal sob sua influência.

No topo da hierarquia está Avelino Gonçalves Lima, conhecido como Alvinho ou Vilão. Ele foi preso pela primeira vez em 19 de julho de 1999. Em 2007, obteve decisão favorável para Visita Periódica Familiar (VPF) e não regressou, sendo recapturado dois anos depois.

Desde sua criação, o PVI atrai detentos rejeitados por outras facções, como o Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA), por praticarem crimes como estupro e estelionato.