COPOM

"A credibilidade é construída dia após dia", afirma Guillen, do BC

O diretor disse que o principal recado da última reunião do Copom é que o colegiado tem um "firme compromisso" com a meta de inflação

Diogo Guillen, diretor de política econômica do Banco Central (BC). - Raphael Ribeiro/BCB

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, se disse "cético" em relação à possibilidade de a autoridade monetária conduzir um "choque de credibilidade", começando o ciclo de aumento dos juros com uma elevação mais intensa. Na avaliação dele, é necessário ganhar credibilidade ao longo do tempo, agindo tecnicamente.

"A credibilidade é construída dia após dia", afirmou Guillen, em um evento organizado pelo banco JPMorgan em Washington, nos Estados Unidos, paralelamente às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

"Vamos olhar as projeções de inflação, o hiato do produto, o balanço de riscos, as dimensões usuais para pensar sobre o melhor caminho para os juros para levar a inflação à meta."

Guillen repetiu que, na avaliação dele, o principal recado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) é que o colegiado tem um "firme compromisso" com a meta de inflação.

Falando sobre o uso de modelos que levam em conta os impactos da política fiscal na curva de juros, ele defendeu que o BC tem de olhar os efeitos "em todos os canais".

"Nós podemos decidir não dar um forward guidance, mas sempre temos um plano"
O diretor refrisou, nesta quinta-feira, 24, que não vê uma relação mecânica entre os modelos do BC e as decisões de política monetária. Os cenários precisam incorporar diversos fatores e diferentes trajetórias de juros podem levar aos mesmos resultados no futuro, ele argumentou.

"Obviamente, sempre temos uma estratégia. Nós podemos decidir não dar um forward guidance, mas sempre temos um plano, obviamente", afirmou o diretor, em evento organizado pelo banco JPMorgan em Washington, nos Estados Unidos, em paralelo às reuniões anuais do FMI e Banco Mundial.

Respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de fazer um ciclo mais "antecipado" - aumentando mais os juros no curto prazo -, Guillen disse que o balanço de riscos do BC e as suas projeções ajudam a demonstrar qual é o plano do colegiado.