CAETANO E BETHÂNIA

Caetano Veloso fala sobre turnê com Maria Bethânia e sua relação com Pernambuco; veja

Os shows dos irmãos Velloso acontece nesta sexta (25) e sábado (26), no Classic Hall

Caetano Veloso, cantor e compositor - Matheus Alves/Divulgação

A turnê de Caetano e Bethânia celebra a forte ligação entre os irmãos de Santo Amaro da Purificação, mas, em terras pernambucanas, tem um gosto especial, e vem reafirmar a ligação que ambos têm com esta terra, que já é de muito tempo.

Em entrevista exclusiva para a Folha de Pernambuco, Caetano Veloso comentou sobre vir fazer show no Recife, desta vez, ao lado da irmã – momento auspicioso na Música Brasileira, que, deste modo, só foi visto anteriormente em 1978, com o álbum “Maria Bethânia e Caetano Veloso Ao Vivo”.

Recife
O público recifense praticamente “botou a boca no trombone”, clamando, nas redes sociais, pelo show de Caetano e Bethânia por aqui – inicialmente, Recife não estava prevista para receber a turnê. Surtiu efeito: em abril, a produção anunciou que a Cidade havia sido incluída na circulação.

Perguntado sobre a grita recifense pelo show, Caetano soma-se aos pernambucanos na alegria de vir cantar por aqui:

“Pra mim, sempre teria que ter Recife na lista de cidades. Fiquei feliz quando entrou. E me orgulho de o público do Recife ter se esforçado por isso”, respondeu o baiano.

Capiba
A relação de Caetano com Pernambuco é atravessada por várias circunstâncias. A primeira delas é compartilhada com a irmã:

“Claro que Bethânia tem, para mim, desde sempre, ligação forte com Pernambuco. Todo mundo sabe que, aos quatro anos de idade, botei o nome dela a partir da canção de Capiba. E minha relação com o Recife foi sempre intensa e entusiasmada desde que fui pela primeira vez”. 

Caetano referiu-se à canção “Maria Betânia”, do mestre Capiba, com uma interpretação notória de Nelson Gonçalves. 

 
 
 
 
 
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PEBA
Em outros momentos, Caetano ressaltou sua conexão com Pernambuco. Foi ele quem acrescentou letra à música “Pipoca Moderna”, da Banda de Pífanos de Caruaru, e gravada pelo próprio, em seu álbum “Jóia” (1975).

Em outubro de 2003, o artista estreitou sua ligação com o Estado, ao receber, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o título de cidadão pernambucano. Tornou-se, oficialmente, um “PEBA” (pernambucano-baiano). “Tenho orgulho de ter o título de cidadão pernambucano. Títulos, em geral, não me interessam ou importam, mas esse, sim. E muito”.

Repertório
Sobre a construção do repertório do show, o baiano atribui a Bethânia boa parte do processo decisório:

“Ouvi mais Bethânia do que a mim mesmo. O show foi ganhando estrutura lentamente, pelos ensaios, e estreamos sem ainda ter na cabeça uma ideia nítida do que o seu todo significaria. Estamos ali desprotegidos de formas definidas. O resultado é intenso. Para o público e para nós.”

Caetano também comentou sobre compartilhar do palco com a irmã:

“Bethânia é uma das mais fortes personalidades da cultura brasileira. Sentimos isso desde os shows modestos que fizemos no Teatro Vila Velha de Salvador, ela chegando aos 17 anos. Bethânia é do palco. Quando vamos passar som, fazer um ensaio geral, ela se torna profunda, exigente, surpreendente. Todo mundo vê que ali é onde ela é mais totalmente ela”.

Surpresa (?)
Se, em Belém (PA), Caetano e Bethânia “tomaram um tacacá”, qual surpresa eles preparam para o Recife? Daqui, muito se pergunta se em terras pernambucanas eles repetirão a dose. Em resposta sobre o assunto, Caetano foi lacônico, sem entregar nada, mas, deixando no ar: “Vamos ver”.